Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 23 de agosto de 2008
23 de agosto de 2008
N° 15704 - DAVID COIMBRA
Bandeira proibida
Um animado casal de gaúchos estendeu uma bandeira do Inter nas arquibancadas do Estádio dos Trabalhadores durante a final do futebol feminino.
Não por muito tempo.
Policiais chineses sisudos, porém gentis, acercaram-se deles e informaram que apenas as bandeiras dos países participantes dos jogos são permitidas nos locais de competição. Não, os policiais não eram gremistas.
É que, como eles obviamente não sabiam do que se tratava a bandeira, ela poderia ser alguma forma de protesto político. O PCC jamais afrouxa a vigilância nessas questões espinhosas.
Praia chinesa
O famoso fotógrafo Maionese (ainda vou revelar a verdade nua e escabrosa acerca da razão deste apelido)...
...foi ao vôlei de praia e descobriu a razão da popularidade do esporte entre os chineses, que, afinal, não vão à praia...
...Ele acha que talvez sejam as animadoras de torcida...
...Talvez...
...Confira as fotos e diga se o Maionese está certo.
Os pés das chinesas
Desde que os nacionalistas de Chiang Kai-shek tomaram o poder, no começo do século 20, os pais chineses não enfaixam mais os pés das meninas, felizmente para as meninas.
Li relatos horrendos a respeito de guriazinhas que passaram a vida sentindo dores quase insuportáveis, tudo para satisfazer um não admitido fetiche sexual masculino chinês.
Os pés, amarrados para trás com faixas bem apertadas, ficavam deformados, transformavam-se em garras de oito centímetros de comprimento, os chamados “pés de lótus”.
Esse costume teve início na corte do século 11. A menina que não tivesse os pés enfaixados era considerada uma camponesa grosseira e dificilmente conseguiria um bom casamento. Por 800 anos, as mulheres da China sofreram por causa desta tradição.
Estava curioso para observar os pés das chinesas. Afinal, calculei, se os chineses são feito Paulos Sant’Anas e apreciam pés pequenos e delicados, as chinesas devem se empenhar para satisfazê-los, tanto quanto as brasileiras não medem esforços para ressaltar o que os brasileiros mais gostam, ou seja: o derrière, a região glútea, o traseiro, a famosa bunda.
Assim, por interesse jornalístico, observei com atenção os pés das chinesas. E, olha, não são diferentes dos das brasileiras. Há pés pequeninos tamanho 35, dos quais poder-se-ia confeccionar meigos chaveiros, mas também há os standard 36 e 37 e até os tipo Gisele Bündchen, bitola 39.
A calçá-los vi de um tudo, das abomináveis rasteirinhas aos elegantes escarpins. As chinesas, ou pelo menos as pequinesas, têm pés definitivamente internacionais.
Um poema do começo da dinastia Song, do poeta político Su Shi, que viveu de 1036 a 1101, exalta beldades de pés enfaixados. Mas reconhece sua dor:
Ungida com fragrância, ela tem passos de lótus;
Ainda que sempre triste, caminha com rápida leveza.
Ela dança como o vento, sem deixar vestígios
Outra furtiva, mas alegre, veste-se ao estilo do palácio,
Mas sente tal sofrimento ao andar!
Olha para eles na palma de sua mão, de tão incrível pequeneza que
Desafiam a descrição.
Professores de português
Um mercado de trabalho em ascensão, na China, é o de professor de português. Entre os 17 milhões de habitantes de Pequim há apenas cem chineses que falam português, e o interesse pela língua de Camões e Wianey Carlet é grande.
Portanto, se você quiser ganhar um bom dinheiro, venha para a China dar aulas de português. Lógico: antes é melhor aprender mandarim, o que talvez dê um certo trabalho.
Sopa imobiliária
Os chineses gostam muito disso de Ninho de Pássaro. Além do belo estádio que construíram para sediar as provas de atletismo e a final do futebol, eles COMEM ninhos de pássaro. Por Deus! Sopa de ninho de pássaro é um prato muito apreciado por aqui.
Imagino que deva ser bem irritante para os pássaros locais: eles passam o maior trabalho para fazer um ninho e, quanto finalmente fica pronto para morar, um chinês vai lá e transforma a casa deles em sopa. Chato.
Falso chinês
O repórter Eduardo Ohata, da Folha de S. Paulo, é de descendência japonesa, como o nome indica. E, como a maioria dos brasileiros de descendência japonesa, ele tem aparência de oriental, olhos amendoados, cabelos negros e tudo mais. Pode ser facilmente confundido com um chinês, portanto. Ou com um japonês legítimo, um vietnamita, um coreano...
É claro que seus colegas de jornal não iam deixar passar essa chance de fazer sacanagem. Espalharam que ele é o intérprete da Folha na Olimpíada, o que tem sido um tormento para Ohata.
– A toda hora vem um chinês falar comigo em mandarim – suspirou o repórter, depois de ser abordado por Li, o bravo intérprete do Castiel, do Diário Catarinense.
Os três-tudo
As equipes japonesas, de quaisquer esportes, em quaisquer ginásios ou estádios, jamais têm o apoio da torcida chinesa. No futebol feminino, já contei isso, o time do Japão chegou a ser vaiado maciçamente durante jogo contra a Alemanha.
Tamanha antipatia tem seus motivos. O Japão invadiu a China em meio à Segunda Guerra. Em 1940, depois de uma vitória das forças do PCC contra o exército invasor, os comandantes japoneses lançaram a campanha dos três-tudo:
“mate tudo, queime tudo, saqueie tudo”. Os soldados obedeceram, como sói acontecer com soldados japoneses.
Vilas inteiras foram dizimadas, milhares de chinesas foram estupradas, até hoje há remanescentes que relatam os horrores cometidos pelos japoneses naquela campanha.
Mas, bem, jogador de bola não tem nada a ver com isso.
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