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sexta-feira, 1 de agosto de 2008
01 de agosto de 2008
N° 15680 - JOSÉ PEDRO GOULART
KUBRICK ABSOLUTO
Stanley Kubrick, estivesse vivo, teria feito 80 anos no último dia 26.
Pouco se falou a respeito. E olha que o cinema deve muito a esse senhor, verdadeiro doutor fantástico do uso da técnica: nesse quesito nenhum outro diretor lhe amarrava o sapato. Aliás, sendo o sujeito excêntrico que era, talvez ele até preferisse os sapatos desamarrados.
Se eu fosse para uma ilha deserta e tivesse que escolher entre levar minha coleção de Playboys ou os DVDs do Kubrick eu...está bem, está bem, mas em seguida, logo ali, viriam os filmes dele.
Eu disse excêntrico? Caí na tentação do lugar comum: não foram poucos os rótulos que SK recebeu. Paranóico (ele não liberava o roteiro no set de filmagem nem para os atores); perfeccionista (Jack Nicholson disse:
"só porque você é tão perfeccionista não quer dizer que seja perfeito"); depravado (o co-roteirista de De Olhos Bem Fechados revelou que Kubrick o convidou a ir ao set no dia em que Nicole Kidman iria fazer uma cena nua).
Os filmes de SK eram verdadeiros laboratórios de invencionices técnicas. Para O Iluminado foi concebido o steadycam, equipamento que permitiu os planos estabilizados, que seguiriam o garotinho e seu triciclo nos corredores do hotel Overlook.
Em Barry Lindon, Kubrick exigiu que a Kodak desenvolvesse um negativo ultra-sensível e até a Nasa entrou em cena, fabricando lentes especiais para que apenas a luz das velas iluminasse os ambientes. Em 2001, entre incontáveis efeitos especiais, as fantasias dos macacos causaram espanto à época.
A seqüência da execução em Glória Feita de Sangue; o terror petrificante em O Iluminado, a orgia visual e a violência simétrica de Laranja Mecânica, o explosivo erotismo em Lolita, o flerte com o impossível em 2001. Sempre a loucura, e as circunstâncias. O absoluto cinema ou o cinema absoluto, você escolhe.
De verdade, Kubrick era tão obsessivo pelos seus filmes como a senhora Bates pelo filho Norman (ou seria o contrário?). Desde a feitura até o lançamento em vídeo a palavra final era ¿¿só"dele.
Um sujeito assim, nos dias de hoje, seria possível? Imagino um diálogo entre Stanley Kubrick e Steve Jobs, o poderoso presidente da Apple:
SJ: Bem, Stanley, a Apple não quer ser só janela, vamos produzir também. E nada melhor que começarmos com um filme teu.
SK: Ótimo, mas você sabe: não dou prazo, dou prejuízo e só faço o que eu quero.
SJ: Sem problemas. SK: Ok, então deixa que "eu" te ligo quando me sentir pronto.
SJ: Só uma coisa. SK: Sim.
SJ: A gente queria que fosse feita uma versão para baixar no iPod. SK: Versão para baixar no iPod? Naquela telinha? Prefiro ver minha filha casada com o Alexandre Frota.
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