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domingo, 15 de junho de 2008
ELIANE CANTANHÊDE
E l a s
BRASÍLIA - Em 2002, as pesquisas políticas indicavam que as mulheres eram consideradas mais responsáveis, confiáveis e principalmente honestas. O céu era o limite para as candidaturas femininas e veio a de Roseana Sarney, embalada por uma bonita campanha publicitária, cabelos ao vento.
Mas o vôo foi meteórico, derrubado pelo mal explicado caso Lunus. Roseana (MA) foi a primeira mulher eleita (e reeleita) para um governo de Estado, assim como Maria Luiza Fontenelle, de Fortaleza, foi para uma prefeitura da capital, e Luiza Erundina, para São Paulo.
Agora, as mulheres estão em todas. Rosinha Garotinho (RJ) governou um dos principais Estados, Wilma de Faria (RN) é veterana, Ana Júlia Carepa (PA) e Yeda Crusius (RS) eram promissoras.
Marta Suplicy foi prefeita de São Paulo e é candidata a voltar, há três jovens guerreiras disputando em Porto Alegre, e Heloísa Helena (AL) foi candidata à Presidência. Um avanço enorme em duas décadas. E o que acontece?
O filho de Wilma de Faria está preso, Rosinha é fonte de escândalos, uma fita gravada desintegra o governo de Yeda, e Ana Júlia, em outra escala, vive pisando na bola. É constrangedor. Nesse ambiente, Dilma Rousseff surge como candidata de um presidente fortíssimo, alçada pela fama de competente e enérgica.
Mas também capaz de conviver com dossiês contra adversários políticos, desprezar as leis para salvar empresa falida e de ter como braço-direito Erenice Guerra, a dos fins que justificam os meios.
As mulheres no poder (não todas, claro) estão destroçando a percepção popular de que podem ser mais responsáveis e confiáveis.
Uma pena. O Brasil foi dos militares para os civis de direita, adernou para o centro, chegou à esquerda e testa as mulheres, com sucessivas decepções.
O tão politizado e rico Rio Grande do Sul é um bom exemplo. E está como está. Depois das mulheres, o que falta tentar? elianec uol.com.br
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