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quinta-feira, 13 de março de 2008
13 de março de 2008
N° 15539 - Paulo Sant'ana
Herança genética
Meu neto Gabriel San'tAna Wainer, com 15 anos, estudava até dezembro último no Colégio Anchieta, aqui em Porto Alegre.
Seu pai foi transferido para São Paulo, e meu neto se matriculou agora em março numa escola de lá.
Anteontem, ele me telefonou: "Vô, estás de pé ou sentado? Pergunto porque, se estiveres de pé, deves sentar ou então cairás um tombo. Escuta. Acontece que, no meu novo colégio, fiz um exame no início deste mês, onde concorria com 500 colegas da escola. Tirei primeiro lugar no exame e fui o único agraciado com uma bolsa de estudos na Inglaterra".
Eu me pus a chorar um pranto de alegria desabalado.
Este meu neto é uma criança singular. Três anos atrás, uma junta de psicólogos, pedagogos e psiquiatras submeteu-o a um teste vocacional. Depois de um mês de exames, a junta forneceu o laudo: "Hoje já é um superdotado. No futuro, sem dúvida, será um gênio".
Um dia depois de ter-me dado a grande notícia de que irá estudar na pátria de William Shakespeare, telefonou-me novamente o neto Gabriel: "Meu querido avô, estou a ponto de me suicidar".
Respondi-lhe: "Que houve, querido? Ontem me ligaste eufórico, hoje estás arrasado?".
"Vô, olha o que acontece. Telefonei, depois de ter ligado para ti em primeira mão, para meus 40 colegas do Colégio Anchieta, aí em Porto Alegre. E contei para eles que tinha sido aprovado no exame, quando todos me cumprimentaram, vibrando. E sabe o que todos os 40 colegas de Porto Alegre me disseram?"
"Nem posso imaginar", disse-lhe eu.
"Pois, meu avô querido, todos me disseram a mesma coisa", falou-me o neto.
"O que te disseram, Gabriel?"
"Disseram o seguinte, vô: Tu és um gênio, Gabriel, puxaste ao teu avô."
E completou meu neto: "Nota bem, vô, que eles atribuíram o meu mérito, que é exclusivamente meu, a ti. Em outras palavras, a minha maior façanha eles querem dizer que foi tua. Eu estou inconsolável, eu não puxei a ninguém. Eu sou eu, nesse ponto não tenho nada a ver contigo.
Então, como é que eles querem dar o prêmio do meu talento e do meu esforço a ti? Isto é uma injustiça. E, como tu sempre escreves na tua coluna, este é um daqueles casos em que o suicídio, para mim, é um dever. (Risos)".
O Partido dos Trabalhadores, Executiva de Porto Alegre, fez às pressas uma reunião para analisar minha coluna publicada ontem, na qual sugeri que fosse feito um debate por rádio ou televisão entre os pré-candidatos Maria do Rosário e Miguel Rossetto.
Decidiu a Executiva que, apesar de os dois candidatos terem solicitado ao órgão partidário que lhes desse licença para debater por televisão, o que coincidiu exatamente com a sugestão deste colunista, este confronto iria desgastar o partido.
Afirmou a Executiva na nota que me mandou que aceita o debate entre os dois candidatos, mas sem a presença de ambos no mesmo recinto, ou seja, um debate em que um candidato responda ora a perguntas, mais tarde, outro candidato também a outras perguntas, mas sem se encontrarem.
Isto não é debate, isto são entrevistas estanques, a gosto do PT, mas garantimos nós, que trabalhamos em comunicação, que a menor gosto dos ouvintes e telespectadores.
Até o presidente do PT municipal, Marcelo Danéris, deu uma gostosa gargalhada quando eu lhe disse pelo telefone que um encontro nessas circunstâncias seria um debate com camisinha e sem Viagra.
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