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terça-feira, 11 de março de 2008
11 de março de 2008
N° 15537 - Paulo Sant'ana
O amor e os cães
É uma daquelas mulheres capazes de fazer a gente abandonar tudo, até o Fundo de Garantia.
Os donos de cães ficaram furiosos depois que a cidade de Amsterdã, na Holanda, decidiu legalizar o sexo em um dos parques mais famosos do lugar.
O problema é que, depois de aprovar a lei, os vereadores resolveram fechar o cerco contra o passeio de cachorros sem guia no local, segundo o diário online Ananova.
Os legisladores concordaram que casais heterossexuais e gays podem fazer sexo ao ar livre no Vondelpark, que recebe milhões de visitantes todos os anos. Contudo, um porta-voz do parque afirma que os cães sem coleira urinam em qualquer lugar e causam aborrecimento para quem passeia no local.
"Desde que o parque foi criado, nós podemos levar nossos animais para correr livremente. É vergonhoso que sejamos punidos enquanto que o sexo em locais públicos não o seja", afirmou um dos freqüentadores.
Um dos membros do conselho da prefeitura afirma que o órgão não é contra a decisão. "Não podemos nos opor a uma lei. Apesar disso, o sexo não vai ser uma perturbação para quem freqüenta o parque e vai gerar muito prazer para um certo grupo de pessoas", afirma Paul Van Grieken.
"Eles devem recolher seu lixo após o relacionamento sexual e nunca fazê-lo perto de playgrounds. E o sexo é limitado ao período da noite" - esclarece o conselheiro.
Confesso que fiquei um tanto confuso após ler a notícia. Um parque da Holanda libera a prática de sexo entre pessoas no seu interior e proíbe cães de freqüentá-lo sem coleiras.
Esta notícia pode dar a idéia de que a Holanda é muito mais liberal nos costumes do que nós, aqui em Porto Alegre.
No entanto, quero lembrar que no Parque da Redenção, por exemplo, o sexo é praticado há quase um século todas as noites, principalmente o sexo entre homossexuais.
E quando praticado o sexo entre homem e mulher na Redenção, o é por estupro, em face da ausência de cerca no parque, que controle a entrada e saída de pessoas.
E sobre a proibição de cães sem coleira no parque de Amsterdã, aqui somos muito mais evoluídos: nossos pitbulls e rottweilers podem andar livremente em todos os nossos parques, sem coleiras e sem focinheiras, aterrorizando os outros freqüentadores.
Mas como conheci durante a última Copa do Mundo um parque em Munique em que era permitido não o sexo, mas o nudismo, quando fiquei embasbacado que, dentro da cidade, são mantidos dois hectares destinados aos homens e mulheres nus que quiserem ler jornal, namorar, fumar, beber, fazer o que bem entenderem, menos sexo, isso me fez intuir que a Holanda está mais avançada que a Alemanha:
os holandeses devem ter pensado: "De que adianta ficar nu no parque diante do sexo oposto se não puder haver o intercurso?". E liberaram geral.
Uma curiosidade que me atacou: esses cães que só foram liberados no parque holandês com coleiras, eles podem fazer sexo no parque, já que as coleiras a isso não lhes são impeditivas?
E o que mais me intrigou nessa lei de Amsterdã: o detalhe de que os casais deverão, segundo a municipalidade, recolher o seu "lixo" sexual após a prática libidinosa.
No caso de parque, o verso de Chico Buarque "a marca do amor nos nossos lençóis" vira "marca do amor no nosso gramado"?
E como recolher marcas de amor na relva?
São todas reflexões que me vêm a respeito de parques alemães e holandeses que são cercados, onde se permite até o amor.
Enquanto em minha cidade os parques não são cercados e é vigorante o ódio do estupro e do assassinato.
Era uma daquelas mulheres capazes de fazer o Cláudio Brito largar a transmissão.
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