terça-feira, 15 de abril de 2014


15 de abril de 2014 | N° 17764
PAULO SANT’ANA

A crítica ao crítico

O time do Grêmio é muito barato, não se podia esperar muito mais dele nos dois últimos Gre-Nais, quando perdeu de 6 a 2.

Sapato barato em seguida desbeiça a sola.

Terno barato em seguida rasga, pui ou descola o forro.

Bicicleta barata em seguida se desconjuntam os aros.

Restaurante barato, comida sofrível e que pode fazer mal.

Time de futebol barato é sujeito a todos esses ruinosos contratempos.

Já notaram que se dá com a crítica o seguinte fenômeno: o maior crítico é aquele que é mais criticado?

O maior crítico é o que desfere mais pauladas, mas, quando ele erra, cai sobre ele uma chuva de taquaraços.

Não adianta brilhar como o maior crítico, isso acende a inveja de muitos. Fica todo mundo cuidando da trajetória dele, basta que ele tenha um deslize para desancarem-no a chibatadas.

Mas o que eu não posso, ainda que correndo o risco de incomodar-me, é calar-me. As minhas ideias têm de permanecer inalteráveis, ainda que isso contrarie a burrice alheia.

Pelo menos em uma crítica o Sílvio Benfica e o Wianey Carlet concordam comigo: o Grêmio não tem de jogar com reservas a primeira partida do Brasileirão. Ontem se noticiava que isso vai acontecer porque a direção do Grêmio quer poupar os titulares para o jogo contra o San Lorenzo na Libertadores.

Preservar titulares num jogo do Gauchão está certo, mas Brasileirão é a joia da coroa de um temporada.

Outro erro do Grêmio.

Muita gente reclamando de que escrevi que o Dida ainda não tinha perdido Gre-Nal.

Lembram que o Grêmio perdeu um Gre-Nal em que Dida sofreu dois gols, um de pênalti. Foi em Caxias do Sul também.

Está feita a correção.

Já é muito difícil passar pelo San Lorenzo no primeiro mata-mata. Mas, se passar, o Grêmio topa no segundo mata-mata contra o Cruzeiro.

Tal é, sem complicados silogismos, a próxima sorte do Grêmio na Libertadores.


Até mesmo por essa dificuldade é que o Grêmio não tinha de poupar titulares no Brasileirão. Se o fizer, acaba sem o mate e sem a cuia.

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