10
de abril de 2014 | N° 17759
PAULO
SANT’ANA
Mais um absurdo gaúcho
Um
leitor reclama de forma veemente contra o preço do novo alvará de incêndio de
seu estabelecimento comercial e da burocracia que emperra cada vez mais as
pessoas que querem simplesmente ser comerciantes. Fiquei com pena do leitor e
dou-lhe a palavra:
“Amigo
Paulo Sant’Ana. Sou cliente de ZH há 30 anos e não fico um dia sem ler tua
coluna. Gostaria da tua interferência, pois, com o triste episódio da boate
Kiss, quem pagou o maior preço foram os micro e pequenos empresários que
precisam de um PCCI a um custo mínimo de R$ 2 mil, quantia que pequenos
estabelecimentos como o meu, que tenho uma farmácia na Vila Santo Agostinho há meio
século, não podem pagar. E, além do mais, os bombeiros não têm sequer tempo
para marcar tal PCCI.
Microempresas
como a minha estão sem poder comprar remédios, pois não sai o alvará da Smic
sem o PCCI. As farmácias sempre trabalharam estritamente dentro das normas da
lei e várias pequenas farmácias estão em total penúria e terão de fechar suas
portas, deixando a população dos pequenos bairros desassistidas. Só podemos
contar contigo e tua voz na defesa dos fracos e oprimidos. Obrigado por me
escutar. (ass) Demeral Mucillo Trajano, 8484-9835. Minha farmácia fica na Vila
Santo Agostinho, Bairro Sarandi, e já a tenho há 35 anos. Obrigado”.
Esse
comunicado com pedido de socorro que foi transcrito acima compreende uma
barbaridade: quer dizer, então, que por causa da boate Kiss instalaram no Rio
Grande uma fábrica de moer carne de comerciantes?
R$ 2
mil por um alvará de bombeiros. Eu pediria que o governador Tarso Genro
interviesse e pusesse um fim a esse absurdo preço. O que querem fazer com os
pequenos comerciantes – e nem tão pequenos são esses donos de farmácias, que no
entanto não podem pagar uma quantia dessas para continuar trabalhando – é inaceitável.
Isso
é um absurdo, alguém tem de pôr fim a essa loucura.
E
como é que se permite isso e um comerciante só tem esta coluna para socorrer-se
dessa atrocidade?
Mudando
de assunto, não dá mesmo para qualquer mente racional gaúcha entender como é que
o Internacional realizou agora recentemente dois eventos, um seguido do outro,
jogo contra o Peñarol e reinauguração do Beira-Rio, com 100 mil pessoas
comparecendo nos dois dias – e agora não se pode jogar o Gre-Nal decisivo do
Gauchão, que se realizará no domingo, no Beira-Rio?
Quem
é que vai entender uma coisa dessas? Quer dizer que para os dois eventos
realizados no último fim de semana podia abrir-se o estádio para 100 mil
pessoas e agora para o Gre-Nal decisivo não se pode?
Isto
só cabe em cérebros de tolos. Ninguém vai poder explicar essa tropelia. E não
foi o Inter o responsável por ela. Foram as chamadas autoridades.
E o
Grêmio, a todas essas, tem agora que fazer mais uma viagem de ida e volta a
Caxias para jogar o Gre-Nal e voltar às pressas para decidir sua participação
na segunda fase da Libertadores. Isso pode custar caro ao Grêmio, que já tinha
como favas contadas que o Gre-Nal seria no Beira-Rio.
É demais!
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