sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Jaime Cimenti

Steve Jobs, Duquesa de Alba, Rainha Elizabeth II, Rainha Silvia e todos nós

Steve Jobs, que era discreto e franciscano, faleceu e, no mesmo minuto, o mundo ficou sabendo de muita coisa sobre o visionário pelos instrumentos de comunicação que ele mesmo criou ou desenvolveu. De um lado a privacidade acabou.

De outro, todo mundo pode falar tudo, toda hora e em todo lugar, para o bem e para o mal e ficar sabendo de tudo, todo segundo, de todos. Tomara que o saldo seja positivo, que esse monte (excesso) de comunicação seja para o bem.

A mídia mundial, mais ou menos no mesmo período, noticiou o terceiro e fulgurante casamento da guapa Duquesa de Alba, 85 anos, com Alfonso, de 60. Dizem que o rei da Espanha e os filhos da noiva estavam contra, mas ela, que se veste muitas vezes com roupas informais tipo hippie e que é uma boa católica, resolveu oficializar a união.

Doou alguns bens para os filhos para dar uma acalmada, o noivo assinou um documento abrindo mão de direitos e, ao fim e ao cabo, parece que está tudo dando certo. A duquesa se expressa, fala mal publicamente da nora, vai à praia e procura mostrar que o amor é o que mais lhe interessa, acima das dezenas de títulos nobiliários e dos bilhões de euros que acumulou.

A rainha Elizabeth II está com 85 anos, é rainha há 59, é uma das mulheres mais ricas do mundo e está casada há 64. Procura ser discreta, fleugmática, mas a internet, os filmes e tudo mais invadem sua privacidade e todo mundo fica sabendo de muita coisa.

A rainha Silvia da Suécia procura viver, ao que parece, num equilíbrio entre a publicidade e a vida familiar privada, dentro, aliás, dos padrões austeros de seu país. Não me atrevo a pensar em quem está mais certo ou errado ou se divertindo de mais ou de menos.

Ou se mostrando de mais ou de menos. Isso é coisa, decisão de cada um. Ou de terceiros que ficam espalhando tudo por aí, pelos vários meios. Tenho procurado lidar com o excesso de informação, com a privacidade. Não sou muito curioso.

Só leio uns cinco ou seis jornais por dia e umas quatro revistas por semana, além de livros, bulas, guias telefônicos, fôlderes e outros. Só fico algumas horas por dia na internet. Redes sociais e Twitter, por enquanto, estou fora, resistindo. Enfim, o negócio é tentar se expressar na maneira e na quantidade razoáveis, com as devidas pausas para os silêncios e respirações.

Querer saber sobre a vida alheia? Bom, isso é mais velho que a Sé de Braga e andar a pé. Fui, já falei demais por hoje. Obrigado pela atenção.

Nenhum comentário: