Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
31 de outubro de 2011 | N° 16872
KLEDIR RAMIL
Soprômetro
Um amigo meu, cantor famoso cujo nome prefiro omitir, foi pego na blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Era sexta-feira, de madrugada, exatamente um dos horários em que a Polícia Militar costuma montar sua operação para pegar os motoristas que insistem em dirigir embriagados. Aliás, iniciativa que tem dado ótimos resultados, diminuindo o número de acidentes de trânsito.
Meu amigo estava com os olhos vermelhos, segundo ele, de cansaço. Tinha ido deixar a filha numa festa na Marina da Glória e andava sofrendo de labirintite. Não sei, não posso dizer nada. Só sei que ele tem um comportamento instável e toma comprimidos tarja preta para equilibrar seus distúrbios emocionais.
Bem, é possível também que ele tenha fumado alguma coisa não permitida por lei. É possível, não sei. Mais do que isso é especulação. Só tenho o depoimento dele, que pode ser fantasioso. E as matérias que li nas revistas.
Ao ser parado na blitz, abriu a janela do carro e falou: “Não sei se você está me reconhecendo, eu sou o fulano de tal, cantor da MPB... E não bebo”. O policial, que era mais chegado ao pagode, desconsiderou as credenciais do artista e fechou a cara: “Documentos do veículo, por favor”.
Meu amigo ficou enfurecido e desceu do carro gritando: “Eu já falei que não bebo, cara!!!”. Como se fosse uma ordem para ser liberado. “Pra que essa palhaçada?”. Foi escoltado por três policiais até o bafômetro para fazer o teste. Ao ser apresentado ao tubinho de plástico descartável, abriu a boca e, meio de longe, como se aquilo fosse um microfone, soltou um som gutural: “Haahh!!!”, imaginando que seu hálito seria o suficiente para fazer funcionar o equipamento. As pessoas na volta caíram na risada.
Percebendo que tinha feito algo de errado, botou o canudo na boca e começou a chupar. O policial, às gargalhadas, se deu conta que teria que passar instruções ao cantor desmiolado. “Meu senhor, esse tubo não é pra chupar, é pra soprar”.
Foi aí que ele, completamente descontrolado, chegou à brilhante conclusão: “Então isso não é um bafômetro, é um soprômetro!”.
Não sei que outras barbaridades ele aprontou. Não devem ter sido poucas, pois foi algemado e encaminhado à delegacia por desacato à autoridade. No dia seguinte, seu advogado leu uma nota dizendo que tudo não passou de um mal entendido e que as notícias que correram pela internet foram um exagero dos sites de fofoca. Então tá.
kledir.ramil@uol.com.br
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