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quarta-feira, 26 de outubro de 2011
26 de outubro de 2011 | N° 16867
ARTIGOS - Maria Elena Pereira Johannpeter*
Gratidão à atitude voluntáriam
Ao olharmos a última década, poderíamos dizer que a humanidade tem muitos motivos para dela se orgulhar e/ou se envergonhar. Um dos motivos para nos orgulharmos é que em 2001 quando, no primeiro ano do século, a ONU decretou-o como o Ano Internacional do Voluntário, mais de uma centena de nações aderiu ao seu chamado.
Esse convite certamente, dentre muitos outros significados, tem um especial, que foi evidenciar a tarefa primordial de pessoas cuidando de pessoas. É a comunidade cuidando da comunidade. E milhares de pessoas no mundo inteiro estão mobilizadas, conscientes de seu papel de cidadão ativo, procurando soluções para as coisas que estão ao seu redor.
A cidadania solidária não é a terceira ordem do poder e nem o chamado Terceiro Setor é algo que pode substituir o governo em suas atividades. É exatamente a parceria e sinergia entre governo, empresas e sociedade que possibilitam a melhor solução para os problemas sociais.
Na modernidade do século 21, já se faz presente ativa a sociedade civil na discussão das soluções para as prioridades sociais. O voluntariado crítico, movido pela solidariedade, tem um papel pioneiro na construção de uma sociedade comprometida com o bem-estar de seus membros e de um Estado com a participação efetiva dos cidadãos nas decisões de interesse coletivo.
É imperativo que os governantes reconheçam e valorizem sobremaneira a organização básica da sociedade civil, sem que a atuação voluntária signifique engajamento político-partidário ou um “concorrente” nas construções de políticas públicas, que continuam sendo dever do Estado.
Por outro lado, é preciso também que as organizações não governamentais descubram sua capacidade de estabelecer parcerias intersetoriais. A articulação em rede dos três setores é que possibilita a sustentabilidade do Terceiro Setor.
Todos os segmentos da sociedade estão comprometidos com o desenvolvimento. A educação deve ser prioritária para nossos filhos, mas sem valores e sem ética ela perde o sentido. A juventude está aderindo ao voluntariado.
Esta é também uma das maneiras de desenvolver e capacitar os jovens, na prática, para se tornarem cidadãos ativos, solidários e responsáveis pelo bem comum. Os jovens são líderes de hoje e o futuro é agora. Eles são cheios de entusiasmo, ideias e têm muito a contribuir.
Quanto às empresas, quando elas decidem envolver-se socialmente com a sua comunidade, estão ampliando o seu alcance estratégico. Hoje, a empresa sabe que o desenvolvimento sustentável passa pelo econômico, social, ambiental, político e cultural.
Elas estão ampliando o seu olhar, uma vez que as pessoas estão mudando a sua atenção para satisfazer não apenas suas necessidades físicas, mas também suas necessidades mentais, emocionais e espirituais. Ao eleger o Programa de Responsabilidade Social como um de seus objetivos estratégicos, a empresa demonstra a sua identificação e preocupação com as necessidades da comunidade na qual está inserida.
Neste final da primeira década do século 21, reconhecemos que as decisões que tomamos individualmente e nas empresas têm repercussões amplas. Estamos deixando de lado a expressão “O que eu ganho com isso?” para “O que é melhor para o bem comum?”. Quando nos identificamos com nossa comunidade e com o planeta, nos tornamos administradores sociais e ambientais.
Sentimos como se fossem nossos os sucessos e fracassos daqueles com quem nos preocupamos. Demonstramos a nossa enorme preocupação com as futuras gerações. Milhares de voluntários estão fazendo muito.
Porém, é necessário que muitos mais venham participar, pois as necessidades são muitas. A decisão ética, cidadã e humanitária de participação tem impacto decisivo na vida do outro, na vida das comunidades.
*Presidente (Voluntária) da ONG Parceiros Voluntários
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