sábado, 15 de outubro de 2011



15 de outubro de 2011 | N° 16856
PAULO SANT’ANA


O melhor humorista

Morreu esta semana o cômico José Vasconcellos. Quero render daqui, frutos da minha saudade, as minhas homenagens póstumas a esse estupendo artista.

Ele pode não ter sido o primeiro, mas foi o mais marcante humorista stand up de nosso país. Foi o primeiro que enfrentou sozinho do palco a plateia inteira.

E as pessoas da plateia choravam de tanto rir. Nunca vi em toda a minha vida um cômico que tanto fizesse rir, mas não eram sorrisos que ele arrancava do público, eram gargalhadas sonoras, extensas, hedônicas, frenéticas, um êxtase de sucesso, algo jamais visto no cenário do teatro no Brasil.

Morreu, assim, o maior cômico brasileiro, dono de um humor fino que se amparava em seu vasto vocabulário gestual e numa voz que sintetizava toda a malícia do brasileiro.

Não há mais o que dizer, José Vasconcellos foi o maior entre tantos e todos.

São abusivas essas greves dos Correios e nos bancos. Não pode uma greve como a dos Correios paralisar um setor vital para o metabolismo social, prejudicando milhares de pessoas que, além da incomodação habitual de não entrega das correspondências, se veem a braços com multas por atraso de pagamento. E algumas pessoas até se veem sem solução para seus impasses, o que lhes acarreta danos irrecuperáveis.

Quanto à greve dos bancários, vi na televisão um homem preso por não pagar uma prestação da sua pensão alimentícia, brandindo em suas mãos o dinheiro do pagamento respectivo, que pela greve não teve como enviar o pagamento para sua ex-mulher. E foi preso por inadimplente de pensão alimentícia.

Começa que o autor da violência é o juiz que decretou tal prisão. Será que não viu que era a greve que impedia o pagamento?

E em segundo lugar há que regulamentar melhor essas greves irresponsáveis, que provocam danos terríveis à população, que fica à míngua de serviços essenciais.

Como é que pode? Como é que durante um mês inteiro um cidadão fica sem receber correspondência? No sistema atual, em que inúmeras despesas são cobradas via correio, significa a falência civil de uma pessoa.

Duas greves antipopulares, antipáticas e desordeiras.

Reflexões que sou obrigado a fazer, por dever de consciência, sobre a aposentadoria de servidores públicos, assunto que, se sai da pauta, continua pulsando como um nervo exposto.

Na iniciativa privada, quem paga a aposentadoria dos trabalhadores não é seu ex-empregador. Quem paga é o INSS.

E, no serviço público, quem paga a aposentadoria dos servidores é o empregador, isto é, os municípios, os Estados e a União.

Não é discrepante?

É bem verdade que na iniciativa privada, quando um empregado é demitido, recebe seu fundo de garantia. A contrapartida no serviço público é a estabilidade do servidor.

Mas é inequívoco que se torna necessária a criação de um fundo para a aposentadoria dos servidores públicos. O interessante é que governadores acenam para um fundo aqui no plano estadual. Mas, e no plano federal, por que nunca se fala nesse fundo? É que o tesouro federal é muito forte. Mas um dia explode.

Porque essa conta vai acabar estourando e provocando um caos social, como aliás está estourando em vários países da Europa e ameaçando a quebra de nações tradicionais que posavam de estáveis.

Este equívoco provoca a quebra de um país, gente!

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