sexta-feira, 21 de outubro de 2011



21 de outubro de 2011 | N° 16862
ARTIGOS - Maira Caleffi*


Se não fizer por você, faça por mim

Estima-se que perdemos 30 mulheres por dia no Brasil, por câncer de mama, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por esse motivo, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) está realizando no Brasil mais uma edição do Outubro Rosa.

Assim, cada prédio e monumento que for iluminado de rosa neste mês, em cada canto do país, servirá para que a população se lembre de tantas mães, filhas e amigas que faleceram da doença nos últimos anos.

Nesta edição do Outubro Rosa, o mote da campanha da Femama é “Faça por mim”, que tem como foco a importância do exame de mamografia para a detecção precoce da doença e é dirigida às mulheres e às pessoas que convivem com elas. Temos que lembrar que o exame de mamografia detecta com grande margem de segurança um tumor no seio antes que se possa sentir o nódulo. Assim, se realizado na fase inicial da doença, aumenta em aproximadamente 95% as chances de cura.

Com o conceito “Mamografia. Se não fizer por você, faça por mim”, a campanha tem como principal meta romper mitos e barreiras em relação à mamografia. Entretanto, não adianta fazermos toda essa movimentação, em todo o país, se não alertarmos também a população e o poder público sobre as reais condições de saúde no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, dos 1.514 mamógrafos que realizam exame de mama pelo SUS, apenas 85% estão em funcionamento no país. Ou seja, 223 equipamentos estão sem uso, 111 não têm produção, 85 apresentam defeito e 27 ainda estão na embalagem. A região sul do país, de acordo com o mesmo levantamento, possui 287 mamógrafos, sendo 130 deles no Estado do Rio Grande do Sul.

Desses, 114 estão em uso e 11 estão sem produção. Outros quatro apresentam defeito. Mas como esses mamógrafos, que custam tão caro aos cofres públicos, podem estar parados, enquanto tantas mulheres precisam fazer o exame de mama, com urgência?

Vale ressaltar que o problema não está na quantidade de equipamentos, mas, sim, na concentração regional e na baixa produtividade dos mamógrafos – o indicado é que cada equipamento faça até 25 exames por dia, mas o número não chega a 10, segundo o Tribunal de Contas da União. No Brasil, estima-se que ocorram até o final deste ano quase 50 mil novos casos de câncer de mama, segundo o Inca. Mas precisamos mudar essa história.

Por esse motivo, convidamos a população gaúcha a iluminar todo o Estado em mais uma edição do Outubro Rosa. E, a cada nova luz rosa acesa, esperamos que mais pessoas se iluminem e sejam contagiadas com essa energia. Que essas mesmas pessoas saibam convocar suas amigas, mães e vizinhas a consultar seus médicos regularmente e, se for necessário, apoiá-las a fazer o exame de mamografia, alegando: se não fizer por você, faça por mim.

*Presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama)

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