sexta-feira, 7 de outubro de 2011


ELIANE CANTANHÊDE

Steve, "the killer"

BRASÍLIA - Ao inventar a família iPod, iPhone e iPad, Steve Jobs de certa forma assassinou todo o resto, do relógio às filmadoras, e se tornou uma ameaça autofágica ao próprio laptop. Logo ele, o pai do computador pessoal, aquele que ganha formas personalizadas, apesar de ter a mesma base para todos.

Você não precisa mais ter relógio, nem de pulso nem de parede, a não ser como enfeite ou símbolo de status. O iPhone já tem relógio, que se atualiza automaticamente onde quer que você esteja, seja em Brasília, seja em Caracas, seja em Washington.

E a internet, com o mundo inteiro à sua disposição, acorda, almoça, janta e dorme com você. E para você. Ninguém precisa também de câmera e de álbum de fotos. Nem de filmadora. Nem de calculadora. Nem de rádio. Nem de gravador. O iPhone já tem. E a TV que se cuide! Só sobrevive pelo tamanho da tela. Por ora.

Ainda não comprou GPS? Nem compre. O iPhone tem. Previsão do tempo? Agenda de telefone? Agenda de compromissos? Calendário? Nada disso. O iPhone já tem.

O iPad, como a Apple diz, "é o iPhone sem o Phone". E ambos estão deixando o próprio laptop para trás, com seu peso, sua mochila, seu abre e fecha... Em pouco tempo, você não vai precisar de laptop para pesquisar, escrever, arquivar. O iPhone faz. E o iPad, melhor ainda.

Steve Jobs foi um gênio que uniu inteligência vibrante, senso prático, design, marketing, empreendedorismo. O danado ainda tinha carisma e se dava ao luxo de combinar um temperamento difícil com enorme charme pessoal.

Como gênio, foi visionário. Como visionário, revolucionário. Como revolucionário, subversivo. Nos seus 56 anos de vida, desbravou, dominou, avançou, deu um pulo no tempo. E deixou um rastro de obsoletismo precoce.

Sem exagero, o mundo não é mais o mesmo depois de Steve Jobs, o inventor, e de Steve Jobs, "the killer".

elianec@uol.com.br

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