quarta-feira, 8 de dezembro de 2010



8 de dezembro de 2010 | N° 16543
PAULO SANT’ANA


O marido embromador

Fiquei ausente desta coluna, ontem, pois sofri três desmaios (colapsos) na cadeira do barbeiro do Salão Dia e Noite, na Rua Andrade Neves, às 10h30min, quando me preparava para ir ao Jornal do Almoço.

A cena foi a seguinte: uma ambulância do Samu entrou no salão com uma maca e saiu comigo deitado nela, no rumo do HPS, onde fui atendido, e depois me levou o Dr. Matias Kronfeld para o Hospital Moinhos de Vento, onde por acaso estava o Dr. Jorge Gross, que se integrou imediatamente à comitiva dos meus cuidados.

Todos os que me atenderam foram solícitos e competentes. Saí ontem à tarde do hospital, com suspeitas de que meus três desmaios tiveram origem em labirintite ou diabetes.

Repito uma frase que martela minha cabeça: que bem afinal te fiz para que me odeies tanto?

E, lendo todos os jornais do Rio de Janeiro todos os dias, cheguei a uma conclusão sobre a questão de lá: as Forças Armadas são a solução do problema e as polícias são o problema que reclama solução.

Gosto muito desta história que conto agora.

O marido chegou sozinho no aeroporto e embarcou num táxi. Enquanto não chegava em casa, explicou ao taxista que iria pagar a corrida em dobro para que ele servisse de testemunha, pois desconfiava que naquele momento sua mulher o estivesse traindo em seu próprio apartamento.

Chegados lá, o marido pretensamente traído e o taxista entraram no apartamento e foram direto ao quarto.

Realmente, havia um homem completamente nu deitado sobre o lençol. O marido engatilhou o revólver e já ia atirar, quando sua mulher interveio:

- Sabes quem é esse homem que está deitado nu na minha cama? É o mesmo homem que, quando tu ficas um mês em Nova York, sustenta lautamente nossa casa. E aquela Mercedes Benz que está na garagem foi ele quem comprou para nós. E, quando nosso aluguel esteve atrasado por seis meses, ele pagou toda a dívida. Se queres matá-lo, mata-o agora.

O marido olhou para o taxista e ordenou: “Tapa agora este homem com um cobertor, que ele pode se gripar”.

Por falar nisso, ontem, no fumódromo, um colega contava a sua história.

Ele mantém um caso extraconjugal há três anos. Na semana passada, sua amante deu-lhe uma prensa: “Afinal, quando vais te separar da tua mulher?”.

Meu amigo testavilhou: “Não é por causa de minha mulher que não me separo. Eu odeio minha mulher. Eu não me separo por causa do meu cachorro. Quando eu saio de casa para trabalhar, meu cachorro chora. Quando chego em casa, meu cachorro faz uma festa. É impressionante o mimo que meu cachorro me concede. Não tenho condição de me separar de minha mulher por causa de meu cachorro”.

E a amante: “Então, por que tu não vens morar comigo e trazes o teu cachorro”.

E o marido: “Porque quando eu saio a passear com meu cachorro, minha esposa é quem chora com saudade dele. Tenho pena dela”.

E a amante, em último recurso, pensando na morte do cachorro para salvá-la: “E quantos anos tem o teu cachorro?”.

O marido: “Dois aninhos. Ainda faltam uns 11 anos para eu me separar e vir viver contigo”.

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