Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
24/12/2010 e 25/12/2010 | N° 16559
NILSON SOUZA
Vidas presentes
George Lucas, um dos magos do cinema, tem um projeto para ressuscitar atores falecidos, recuperando suas imagens por meio da tecnologia digital e recolocando-as na tela ao lado de personagens atuais. Tudo é possível no admirável mundo novo da computação gráfica. Quem sabe em breve não veremos Marilyn Monroe competindo em charme e beleza com Charlize Theron ou um duelo de capa e espada entre Errol Flynn e Johnny Depp?
Mas, quando se trata de reencarnação, a vida real continua sendo mais fantástica do que a ficção. Eu mesmo tenho uma história dessas para contar. Por muitos anos, olhei com desdém uma foto de meus bisavós, os quais não conheci. No álbum da família, eram apenas dois velhos sentados diante de uma casa de madeira humilde – o homem com uma perna cruzada sobre a outra, barba branca e olhar fixo num futuro que também não conheceria. Pois agora acho que ele olhava para mim.
Quando me tornei adulto e comecei a deixar a barba crescer, modismo dos anos 70, ouvi várias vezes um comentário de minha mãe:
– Estás cada vez mais parecido com o meu avô.
Como só sabia do homem pela foto antiga, nunca levei muito a sério a comparação. Na semana passada, porém, sentei-me distraidamente numa cadeira da casa, cruzei a perna e olhei sem querer para um espelho que refletia a minha imagem. Levei um susto: lá estava o bisa da foto, me olhando serenamente, sem refletir o meu sobressalto. Ao menos na aparência, meu bisavô voltou em mim.
Mas um dos casos mais espantosos de ressurreição por semelhança é o da conterrânea Elis Regina, que saiu do IAPI, transformou-se numa estrela e voltou pela voz afinada de Maria Rita. Elis, na minha adolescência, era uma foto colorida pendurada na parede do meu quarto. Meu amigo Tetelo, que também já virou estrela e ainda não retornou, foi quem me ensinou a amá-la.
Se ainda estivesse por aqui, tenho certeza de que ele choraria de emoção ao ouvir Maria Rita interpretando a canção símbolo da RBS, que coincidentemente enaltece a vida. As pessoas voltam, sim, às vezes num olhar, às vezes num gesto, outras vezes num timbre vocal característico.
Para quem ouviu Elis cantando, é um presente de Natal maravilhoso ouvir Maria Rita reviver a mãe numa canção tão nossa. Basta a gente fechar os olhos e lá está Elis, balançando os braços e encantando multidões com sua voz do mais precioso cristal:
– É mentira, é verdade... E quem sabe a vida é da vida a razão...
Aproveite o dia. FELIZ NATAL...Que o Papai Noel seja generoso com vc e realize, senão todos, a maioria dos seus sonhos.
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