Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 12 de dezembro de 2010
CLÓVIS ROSSI
Emergente? Só a cabeça
PARIS - Eis o país que Dilma Rousseff vai receber:
1 - Os brasileiros que ganham mais de R$ 10.200 são apenas 3 milhões. Os brasileiros que sobrevivem com menos de R$ 1 mil vão a 79 milhões. Detalhe: estamos falando de renda familiar, não individual.
Ou, em porcentagens: apenas 1,5% dos brasileiros habitam o que Elio Gaspari chamaria de andar de cima. Uma massa formidável de 41% mora mesmo é no porão. Outros 40%, pouco mais ou menos, ocupam o andar de baixo.
Estatística à parte, o mais elementar sentido comum manda chamar de pobres esses 80%.
2 - Por incrível que possa parecer, há brasileiros em condição ainda pior, conforme constatou o jornal "O Estado de S. Paulo", ao visitar dados do Ministério de Desenvolvimento Social:
"Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa-Família, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre R$ 70 e R$ 140 mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mas ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa".
Posto de outra forma, quase a metade dos pobres entre os pobres não levanta cabeça nem mesmo com a ajuda do governo, de resto indispensável para que pelo menos não morram de fome.
3 - Dispenso-me de rememorar os dados desastrosos sobre educação, divulgados esta semana e já abundantemente comentados. Fico apenas na constatação de que o desnível educacional entre a escola dos mais ricos e a dos mais pobres é uma forma de perpetuar as condições acima descritas.
Dá para dizer que um país assim é emergente? Só pelo critério usado pelo pesquisador Francisco Soares (UFMG):
"É como se tivéssemos tirado a cabeça fora d'água, mas a praia ainda está muito longe".
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