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terça-feira, 21 de dezembro de 2010
21 de dezembro de 2010 | N° 16556AlertaVoltar para a edição de hoje
PAULO SANT’ANA
Até breve
Estou tirando alguns dias de folga. Vou aproveitar para entrar em contato com uma dezena de médicos que tratam de minha saúde.
E também durante esta folga (imaginem, folga!) vou ser paciente de uma cirurgia que vai extirpar dois tumores, um na parótida direita, visível a todos os que me enxergam, outro na parótida esquerda, este meio que oculto embaixo da mandíbula.
O meu cirurgião proverbial é Nédio Steffen. Ás da cabeça e do pescoço, ele já me retirou vários tumores das parótidas e também já me arrancou fidalgamente 70% da minha tireoide.
E lá vou eu para mais uma sala de cirurgia, dormir nos anestésicos e me acordar cheio de esperanças na vida.
Em breves dias, estarei de volta.
Enquanto me preparo para esta folga importante para a manutenção de minha saúde, os mais importantes dirigentes do Grêmio realizaram um mutirão e me cercaram por todos os lados na últimas 48 horas: tentaram me convencer de que para o interesse maior do nosso amado tricolor é preciso que Ronaldinho Gaúcho retorne ao Olímpico.
Os dirigentes não querem deixar nenhuma aresta nesta volta do jogador à sua origem e por isso tratam de botar na cabeça do “Paulo Sant’Ana” que é essencial a volta de Ronaldinho num ano em que o Grêmio volta à Libertadores e às vésperas de ser erguida a Arena gremista.
Não foram baldados os esforços dos dirigentes gremistas para realizar em mim uma lavagem cerebral.
Mas quero dizer a eles e a toda a opinião pública que só uma pessoa pode me convencer de que é ótimo para o Grêmio o seu retorno: o próprio Ronaldinho.
Ele é que há de convencer-me. Quero olhar nos seus olhos e talvez um encontro nosso purgue todos os pecados.
Por sinal, não é só a mim que têm de convencer: ao ex-presidente Luiz Carlos Silveira Martins, o nosso companheiro Cacalo, terão também de convencer.
Leio e ouço o Cacalo, e ele, por mais que tente, não nos engana: tem um pé atrás nesta volta do Ronaldinho.
Mas o Cacalo é um grande gremista e, se for para o bem geral da nação tricolor, hão de convencê-lo de que Ronaldinho deve voltar.
A melhor coisa que aconteceu no sinal da Rádio Gaúcha nos últimos tempos foi a voz firme, deliciosa, clara, da locutora comercial Rita Gastal.
Não entendo como uma fumante inveterada consegue ter tal prodigiosa dicção.
Rita Gastal é a volta da importância da voz no rádio, voz boa e agradável e rádio continuam inseparáveis.
E, no mais, continuem por alguns dias com os meus interinos. Eles saberão honrar este espaço tradicional da imprensa escrita gaúcha.
Se os interinos começarem a brilhar, antecipo meu retorno imediatamente. Melhor para eles, portanto, que sejam modestos em suas pretensões.
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