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sábado, 11 de dezembro de 2010
11 de dezembro de 2010 | N° 16546
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Juan Lavalle
No seu famoso poema La Carga del Arbolito o poeta uruguaio Yamandú Rodriguez, que vivia na Argentina, enaltecendo o gosto de Chiquito Saravia, escreve assim: “Dicen que solo hubo dos tán golosos por las cargas, Juan Lavalle en Argentina y Don Quijote en La Mancha”... todos os brasileiros que visitam Buenos Aires conhecem bem a Rua Lavalle, famosa por suas churrascarias.
Juan Galo Lavalle é um dos maiores heróis da historia argentina, militar brilhante que foi um jovem tenente do general San Martin na campanha dos Andes. Famoso pela valentia, não era um político hábil e um bom conhecedor do caráter humano.
Indeciso, cometeu erros e desatinos, como quando fuzilou o general Manoel do Rego. Sua historia, até o trágico final em Jujuy, é fascinante. Nascido em Buenos Aires, em 17 de outubro 1797, foi assassinado em Jujuy em 1841, com 44 anos.
Acabo de receber e ler o livro La Leyenda de Juan Lavalle y sus Leales do jovem Juan Pérego, no qual aparecem, narradas pelo coronel Juan Herrera, as últimas façanhas de Lavalle, a sua derradeira campanha militar – na qual, depois de derrotas sucessivas, traições e decepções, é perseguido pelo general uruguaio Oribe, então a serviço do ditador argentino Juan Manoel Rosas. Lavalle formou entre os “unitários” que se opunham aos federalistas de Rosas, e os soldados de Oribe mataram Lavalle em um episódio não esclarecido.
Juan Pérego, o jovem autor, tem fortes ligações afetivas e familiares com Uruguaiana, e seu livro é um relato fiel da campanha de Lavalle. Eu me permito observações ao autor, que foi gentil na dedicatória do livro que me enviou: o comandante dos lanceiros negros farroupilhas não era o general Antonio Souza Neto, ao contrário do que o autor afirma.
Neto era contrário à escravidão, mas os lanceiros negros faziam parte do exercito republicano chefiado por David Canabarro e eram comandados pelo tenente coronel Joaquim Teixeira Nunes, apelidado de “Coronel Gavião”. Era branco, natural de Canguçu e morreu comandando os seus lanceiros negros em um dos últimos combates do Decênio Heroico.
Em 1839, como se narra no livro de Juan Pérego, nos acampamentos de Lavalle se ouvem a gaita, a milonga e o chamamé. Na realidade, a milonga e o chamamé não existiam na época, e a gaita estava longe de aparecer nestes pagos.
No livro, Dom Pedro II é tratado como um ditador igual a Rosas, e o autor sugere que os farrapos faziam no Rio Grande contra ele o mesmo combate que os “unitários” faziam contra Rosas na Argentina. Não era bem assim. Em 1839, Dom Pedro II era quase um menino. O livro de Juan Pérego é ótimo, e eu sou muito reconhecido ao autor pela gentileza da remessa.
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