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sábado, 11 de dezembro de 2010
11 de dezembro de 2010 | N° 16546
PAULO SANT’ANA
A medalha da Virgem
Ainda estou meio tonto depois de meus três desmaios, mas sinto em meio a essa náusea que finalmente estou me tornando uma celebridade.
É que o porteiro da Redação de Zero Hora, Nílton Espinosa, figura estimadíssima de todos nós, que há anos está nesse seu posto de trabalho, veio ontem me dizer que teve um dia estafante.
É que estamos em época de Natal e a RBS, como sempre, está trazendo para o local de trabalho os familiares dos funcionários, que visitam uma série de atrações num barraco armado com toldos, comem pipocas, doces e bebem refrigerantes e participam de jogos. É uma confraternização agitada, inquieta, uma azáfama impressionante.
Parte desses visitantes, me diz o porteiro Espinosa, se dirige para a Redação, querendo, unanimemente, saber onde podem encontrar Paulo Sant’Ana.
Seu Espinosa diz então aos grupos que eu não estou no trabalho, fui a um outro lugar.
É então que todos pedem para vir até a sala em que trabalho e passam a fotografar o sofá em que me sento e ressono.
Quando estou presente, uma chusma de garotos e garotas, acompanhados de suas mães, tira fotos comigo aqui na minha sala.
A visitação ao meu local íntimo de trabalho virou nestes dias uma atração turística.
Perguntem ao seu Espinosa, não estou mentindo.
Há indícios de que estou virando celebridade.
Enquanto isso, quando fiz, há cinco dias, uma ressonância magnética no Hospital Moinhos de Vento, mandaram que eu tirasse do pescoço a minha correntinha de ouro e uma medalha da Virgem Santíssima.
Quem me recolocou a corrente no pescoço fê-lo mal e a deixou frouxamente amarrada.
Foi então que, desembarcando do elevador do prédio administrativo de Zero Hora, senti que a corrente se desprendia e iria cair no chão do elevador.
Ainda consegui apanhar a corrente no ar, mas a medalha se escapou e entrou pela fenda entre o chão do elevador e a parede do fosso.
Sendo assim, a medalha que estampa a imagem da Virgem de quem sou devoto está lá no fosso do elevador.
Disseram-me vagamente que operários foram até o fundo do fosso e não encontraram a medalha, calculando que ela ficou no percurso do elevador, talvez enfronhada em alguma fenda.
Por isso é que estou pedindo à Atlas, marca do elevador, que faça uma inspeção rigorosa no fosso e no percurso do elevador com a finalidade de encontrar minha medalha, que me tem grande valor estimativo e devocional, peço-lhes gentil e encarecidamente.
Sinto-me incompleto sem minha medalha.
Como ficarei exultante se ela me for retornada!
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