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sexta-feira, 5 de março de 2010
A história do Haiti e o realismo mágico
No romance O reino deste mundo o genial escritor cubano Alejo Carpentier (Cuba, 1904; França, 1980), um dos autores mais importantes do século XX faz, acima de tudo, uma recriação incomparável dos acontecimentos que precederam a independência haitiana até um Haiti em pleno período republicano - a transição de colônia francesa governada por brancos para uma nação negra regida pelo primeiro monarca coroado do Novo Mundo.
Carpentier passou a infância em Cuba, onde iniciou-se no jornalismo, já em 1924. Em 1928 protagonizou uma surpreendente fuga para a França com o passaporte do poeta francês Robert Desnos. Viveu exilado na Venezuela de 1945 a 1959 e só regressou a Cuba após o triunfo da Revolução Cubana, em 1959. Morreu em Paris em 1980, onde exercia funções diplomáticas desde 1966. Carpentier, entre outros, escreveu destacadas obras como A harpa e a sombra;
O músico em mim; Visão da América e Os passos perdidos. Com o estímulo da prodigiosa história original e valendo-se de um magistral domínio dos recursos narrativos, Alejo recria nesta narrativa um mundo exuberante, desconhecido e legendário, e inaugura o que foi chamado de real maravilhoso ou realismo mágico.
O realismo mágico, como se sabe, notabilizou autores como Gabriel Garcia Márquez e Mario Vargas Llosa e romances já clássicos, como Cem anos de solidão e Pantaleão e as visitadoras.
A história desse romance jamais poderia passar-se, por óbvio, na Europa. A sucessão de fatos extraordinários, a dramática singularidade dos acontecimentos e a atitude fantástica dos personagens só poderiam mesmo ter lugar em nossa América. Carpentier, aliás, sempre disse que a história da América toda é nada mais que uma crônica do real maravilhoso.
Enfim, o grande mérito de Carpentier e de suas bem elaboradas narrativas é deixar que o maravilhoso flua livremente de uma realidade estritamente seguida em todos os seus detalhes e mostrar a grande carga mitológica da América Latina. A linguagem envolvente, sedutora e elegante de Carpentier combina à perfeição com a magia e as tramas das histórias.
Sempre se soube que, na América, fantasia e realidade andam, mais do que em outros lugares do mundo, juntas. Sempre se soube que na América épocas distantes convivem. Editora Martins Fontes, 136 páginas, tradução de Marcelo Tápia, R$ 24,00, www.martinseditora.com.br.
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