Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
A Capital, o Interior e os interiores de Sergius Gonzaga
Sérgio da Costa Franco perguntou onde andavam os cronistas que falavam das pessoas, ruas, avenidas, esquinas e coisas da cidade. Sérgio, que veio do Interior, deve ter gostado muito de O hipnotizador de Taquara e outras crônicas de tevê ( Leitura XXI, 192 páginas), do professor e crítico Sergius Gonzaga, nosso secretário municipal da Cultura.
Sergius nasceu em Taquara, saiu de lá guri para morar em Porto Alegre, mas Taquara, felizmente, nunca saiu dele. Iberê Camargo falou que a gente nunca esquece do lugar onde viu pela primeira vez a luz do sol.
Quase todas as crônicas do livro foram apresentadas no programa de TV Câmera 2, de 1987 a 1989 e aí na leitura se ouve a voz abaritonada do autor e os textos ficam ainda mais vivos e sonoros.
Sergius fala de pessoas e cenários de Taquara e Porto Alegre, especialmente das décadas de 50 a 80 e mescla, em meio a primorosas descrições tipo querosianas, fatos da vida pessoal e históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas, o 31 de março de 1964 e as passeatas que os estudantes faziam, a partir da Filô da Ufrgs. Impressionante a memória do Sergius e nem é memória inventada. É memória mesmo.
O autor descreve o espanto dos interioranos com as sedutoras luzes da cidade, fala sem nostalgia ou pieguismo dos tempos dos bares Langur, Liliput e Alasca, este atendido só por um garçom, Isac.
Fala da melancolia dos finais de domingo, dos velórios de antigamente, dos padecimentos dos “gordinhos” e dos charmosos bondes. Os desejos e “amassos” possíveis da época andavam de bonde, em velocidade provinciana.
Pessoas, política, universidade, jornalismo, cinema, cultura e comportamento daqueles anos verdes, dourados e plúmbeos estão lá, junto com emotivas recordações de pai, mãe, irmãos e amigos. Se você tem cinquenta ou mais e, se veio do Interior, não deixe de ler.
A Capital, o Interior e os interiores do Sergius estão lá, afetuosa e sinceramente entregues. São nossas balzaqueanas, rodrigueanas e proustianas histórias, de tempos em que, como disse o Quintana,
Porto Alegre tinha deixado de ser uma grande cidade pequena para ser uma pequena cidade grande. É a crônica de uma geração. Se você ainda não teve a felicidade de chegar aos cinquenta, não se apresse, mas leia para saber como eram e tudo o que fizeram aqueles jovens que não aceitaram mordaças e acreditavam em paz, amor, possibilidades de sexo, margaridas, rock, normalistas, alguns aditivos “ligantes” e até num Brasil melhor. Os caras contribuíram, deixaram suas pegadas.
Sergius registrou os papos dos corredores da Filô da Ufrgs, as festas, os filmes e as preleções do então noviço Luiz Osvaldo Leite sobre os eternos problemas da carne humana. Leia como se ouvisse o Sergius na porta da Livraria do Globo, na rua da Praia.
Ótima sexta-feira e um excelente fim de semana para todos nós.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário