segunda-feira, 23 de novembro de 2009



23 de novembro de 2009 | N° 16164
PAULO SANT’ANA


A guerra é aqui!

A guerra contra o tráfico de drogas se intensifica até mesmo em táticas de contraguerrilha para conter os métodos dos traficantes cariocas.

A PM do Rio de Janeiro está enviando para a Colômbia oficiais que se especializarão em combate contra o terror nas favelas e entornos do Rio de Janeiro.

Os traficantes do Rio de Janeiro estão usando barricadas e casamatas de concreto para não permitir a passagem de carros blindados da polícia, a nova arma contra o traficantes.

Os policiais que vão aprender táticas modernas na Colômbia foram até lá levados pelas bombas, minas terrestres e outras armadilhas engendradas pelo tráfico, o que transforma definitivamente o Rio de Janeiro em um palco de guerra, com todas as tintas de uma guerra civil, já enfrentada pela Colômbia e agora instalada no Brasil.

Para evitar a entrada nos pontos de depósito e distribuição de drogas, os traficantes utilizam trilhos na pista e muretas de concreto com aberturas por onde os criminosos atiram, além de uma nova tática com método nitidamente militar: a abertura de fossos para impedir os carros blindados de avançar e se instalar no centro vital de ação dos traficantes.

Acostumados a usar mão de obra de ex-militares, os traficantes passaram a utilizar armadilhas ensinadas pelos manuais das Forças Armadas, abrindo fossos de 1m50cm de extensão por 1m de largura. Essas crateras são implantadas nas entradas das favelas e visam a não permitir a passagem dos carros blindados policiais, que estavam se tornando eficiente estratégia da PM para atingir o âmago da atividade do tráfico.

E os bandidos estão jogando óleo nos fossos para impedir sua concretagem.

A possibilidade de que os bandidos venham a colocar explosivos nessas crateras é já admitida pela polícia.

Como se vê, a guerra entre polícia e traficantes no Rio de Janeiro se torna um combate militar a que foi levada a polícia pelos sofisticados métodos de estrutura bélica montada pelos traficantes.

É guerra de guerrilha pura, guerrilha urbana genuína, com instrutores de batalha utilizados em ambos os lados.

Chegamos ao ponto em que o tráfico não se especializa só em transportar, depositar e comercializar as drogas, mas também em adotar estratégia militar para protegê-las e impedir o acesso das forças policiais a seus bunkers.

A tática de guerrilha dos traficantes chegou ao ponto de arremessos de coquetel molotov contra os caveirões (carros blindados) da polícia, além de bombas de tinta para atrapalhar a visão dos policiais dentro dos veículos.

Esses combates não se verificam nas selvas, longe dos centros civilizados, é ali mesmo, junto à Zona Sul carioca, encravada entre os morros e sujeita assim aos ataques criminosos, enchendo a sociedade de medo e terror.

Assim como a Polícia Militar está enviando oficiais para aprender táticas antiguerrilha na Colômbia, os traficantes também se apoderam de táticas militares que lhes são transmitidas por ex-militares contratados para instruí-los.

Estas notícias são as mais apavorantes de que se tem notícia. Porque revelam nitidamente que esta guerra urbana sem quartel não tem fim, está marcada para se desenvolver nos próximos anos e décadas, sujando a paisagem humana do Rio de Janeiro e ameaçando contagiar as favelas de São Paulo e das grandes cidades provincianas.

Deus salve-nos desta tragédia.

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