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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
30 de novembro de 2009 | N° 16171
PAULO SANT’ANA
Cadeira Vazia
O Programa do Jô, quando dá para ser bom, sai da frente.
Foi assim na semana passada quando ele entrevistou o cômico Marcos Veras, ótimo ator e excelente imitador, que sacudiu o público durante dois segmentos do programa com suas tiradas e extraordinário humor picante.
E foi assim, ainda melhor, também na semana passada, quando foi entrevistada Mariza, grande fadista, cantadeira portuguesa.
Jovem e bela, produziria na entrevista com o Jô um dos mais instigantes momentos da música popular.
Em primeiro lugar, trata-se de uma grande cantora. Além disso, possui uma vivacidade ímpar, cantou maravilhosamente um fado e disse que conhecia muito da música brasileira.
Eu e todos os telespectadores ficamos torcendo para que o Jô Soares pedisse a ela para cantar uma página brasileira. E dali a pouco o Jô nos atendeu, solicitando que ela cantasse algo da nossa música.
Amigos, foi um momento alto da arte popular. Sem anunciar o que iria cantar, Mariza saiu dando de um modo tão alto, tão sensível, tão envolvente que a plateia e os telespectadores ficaram abismados que uma cantora estrangeira pudesse suplantar os intérpretes nacionais com aquela afinação e dicção divinas. E a canção foi escorrendo límpida, luminosa, para delícia total de quem a ouvia:
Entra, meu amor, fica à vontade
E diz com sinceridade
O que desejas de mim
Entra, pode entrar a casa é sua
Já te cansaste de viver na rua
E teus sonhos chegaram ao fim
Eu sofri demais quando partiste
Passei tantas horas triste
Que não posso lembrar este dia
Mas de um a coisa podes ter certeza
O teu lugar aqui na minha mesa
Tua cadeira ainda está vazia...
E foi até o fim encantando a todos. O Cadeira Vazia, de Lupicínio Rodrigues, ganhava uma feição que ainda não tivera nos lábios de tantos cantores e cantoras brasileiros. Mariza cantou com sotaque integralmente brasileiro, mas nem Elis Regina, que se não me engano gravou esta música, atingiu os píncaros de beleza de Mariza.
Ela massacrou, entusiasmou, divinizou o Cadeira Vazia, chamou a atenção de todos como nunca ninguém o fizera, para a beleza desta canção eterna, que é muito conhecida pelos amantes de Lupicínio , mas que passou a ser encarada ainda mais bela do que já se a considerava.
Foi um instante de perturbadora delícia, pouca vezes vibra-se tanto quando alguém canta como aconteceu desta vez.
Assim vale a pena ficar-se até o romper da madrugada à espera do Jô Soares.
E esta cantora Mariza já é afirmada em Portugal, mas tenho a certeza que se tornará em uma das mais destacadas intérpretes de fados e outras canções europeias.
Ela é simplesmente espetacular.
Quem puder, tente escutá-la para ver.
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