sábado, 14 de novembro de 2009



14 de novembro de 2009 | N° 16155
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


O guia da cultura proibida

Foi lançado agora na Feira do Livro, com o impacto esperado, o terceiro livro de Antonio Augusto Fagundes Filho. Quero crer que a expressão “proibida” do título aguça a curiosidade e estimula a tentação de ler cada um dos seus muitos capítulos, que acompanham as letras do alfabeto.

A rigor, essa cultura não é propriamente proibida, mas oculta, invisível aos não-iniciados, passa despercebida. Mas está ali, subjacente, mas permanente, latente, pulsante. Entranhada em cada um de nós por mais que a ignoremos.

O que o autor faz, com muita habilidade e profunda erudição, é nos alcançar a chave, franqueando a abertura de portas e de arcanos secretos, revolvendo escaninhos e simplificando (eu quase diria desmitificando) temas complexos, situações obscuras, envoltas nas névoas da crendice, quando não claramente da superstição. É um livro de folclore?

Sim, este livro é recheado de amor, respeito, admiração. O humanismo do autor se revela a cada passo, sua humildade, sua ternura. Ele não se pretende um ser superior, ele apenas se reconhece homem e como tal igual aos demais, com as mesmas inquietações, com as mesmas perplexidades, mas com a mesma vocação de semideus.

Nas rodas literárias de Porto Alegre Antonio Augusto Fagundes Filho é acreditado – e parece gostar que seja assim – como “o Bruxo”. Mas ele não é um bruxo, não faz bruxaria nem se envolve com essas práticas estranhas, embora conheça bem todas elas. Ele é, na verdade, um mago, no melhor sentido do termo.

A Magia é o seu mundo. Se percebemos a Magia como a manipulação do sobrenatural, se disciplinamos práticas para a consecução desse fim somos obrigados a respeitar quem se dedicou a vida inteira a aprofundar esses conhecimentos, que agora coloca sem arrogância à disposição do Homem, seu alvo e seu destino, sua preocupação e sua responsabilidade.

Eu conheço o autor desde que ele nasceu. Aliás, desde antes de ele nascer. Bebê ainda, tinha reações que nos surpreendiam e espantavam.

Para compreender o filho que havíamos gerado, a mãe dele e eu procuramos uma reconhecida autoridade no mundo sobrenatural, o Dr. Albino Rehm, um sábio bondoso que nos explicou tudo, que nos ensinou como deveríamos tratar o pequeno mago que embalávamos nos braços.

A rigor predisse, com espantosa exatidão, como seria a vida de nosso filho. A gente não se dá conta, mas há entre nós muitos magos, bruxos e feiticeiros, que manipulam o sobrenatural com maior ou menor dificuldade.

Gente do bem ou gente do mal. Antonio Augusto Fagundes Filho é um mago. Um mago do bem, que ama a Humanidade, suas pequenezas e suas grandezas, suas paixões e suas carências. Este livro, um livro que vai ficar como referência “ad aeternitatem”, é uma prova disso.

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