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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
05 de novembro de 2009 | N° 16146
PAULO SANT’ANA
Gostosas rapadurinhas
A Porto Alegre dos serviços. Ontem fui me servir dos serviços de barbearia e bar da cidade.
Só ontem me apercebi de que não fui engraxate na infância. Fui vendedor de pastéis, fui entregador de jornais, mas nunca me dei bem com trabalhos manuais, decerto por isso não me atraiu a caixa de engraxate, que era um derivativo dos meninos da minha idade.
Ontem pensava nisso enquanto me atendia o engraxate do salão Dia e Noite, na Rua Andrade Neves.
Os preços do engraxate são atraentes: graxa preta, R$ 4,50; graxa marrom, R$ 5; tinta e graxa preta, R$ 7; tinta e graxa marrom, R$ 9; graxa bota pequena, R$ 8; graxa bota grande, R$ 10; tinta e graxa bota pequena, R$ 10; tinta e graxa bota grande, R$ 15; graxa branca, R$ 15.
Bons preços, atraentes preços, o engraxate que me atendeu deixa o sapato como se fosse novo.
Depois fui lavar a cabeça com a cabeleireira Denice. Depois de lavados, meus cabelos recebem um xampu cinza, muito cuidado para não entrar água nem xampu nos ouvidos, espera 15 minutos enquanto a cor do xampu se impregna nos cabelos, depois um banho lustral, quando se aplica o secador nos cabelos, fica uma beleza.
Após fazer as unhas com a manicure Loreni, desci até o Bar Tuim, na Ladeira, onde saboreei o melhor chope da cidade. Os chopes que o David Coimbra descobre e intenta na Calçada da Fama não podem atar as chuteiras do chope cremoso do Tuim, a técnica empregada para tirá-lo e a qualidade do equipamento fazem do Tuim o templo do chope na cidade.
Acompanhado evidentemente dos bolinhos de bacalhau do Tuim, ainda os melhores da cidade. Os bolinhos de bacalhau do Restaurante Pampulhinha, um dos dois mais caros da cidade, não chegam nem perto em delícia dos do Tuim.
Já estiveram melhores do que estão hoje os bolinhos de bacalhau do Tuim, mas ainda são os melhores da Capital.
Eu e a Denice comemos 12 bolinhos, com três chopes, a conta somou singelos R$ 42. Vale a pena a gente ser feliz em uma hora por um preço acessível.
Negócio bom no Centro é estacionamento. Todos os da Rua Andrade Neves estavam lotados pela tarde de ontem. E o preço é salgado, tudo acima de R$ 10, estão fazendo fortunas os donos de estacionamentos, que previ seria o negócio deste século que se inicia, ao lado da industrialização da água.
Faz tanto tempo, mas ainda povoam a minha memória as doceiras da minha infância. Faziam as rapaduras em casa e seus filhos vendiam em torno dos quartéis das Bananeiras.
Eram cocadas alvas, cocadas marrons, cocadas negras, paçocas de amendoim, pés de moleque, havia até rapadurinhas de abacaxi, uma delícia, também olhos de sogra, papos de anjo secos e em calda, doces de batata e abóbora caramelados, rapadurinhas de banana, creiam, assim como havia balas quebra-queixo e o supremo ideal dos glicosados, que era o doce de goiaba.
Já escrevi que minha madrasta fazia um doce de melancia, tirado daquela faixa branca da fruta que fica abaixo da casca, parecido com o doce de abóbora, mas o de melancia nunca mais topei com ele. Que saudade!
E havia um doce nos botecos que era a preferência da garotada, tanto pelo preço baratíssimo quanto pelo seu grande tamanho: o mata-fome.
O mata-fome era um almoço. Felizes dos dias raros em que eu podia juntar um dinheirinho para comer um mata-fome, acompanhado de um refrigerante, que podia ser Crush (o que tinha polpa de laranja no líquido), Marabá, Grapette, Cyrillinha, quem sabe até uma gasosa.
Que festa!
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