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sexta-feira, 3 de abril de 2009
03 de abril de 2009
N° 15927 - DAVID COIMBRA
Barack e Yeda
Barack Obama ama Lula e até o acha bonitão, mas o político no qual se inspira, seu modelo declarado é outro. É um homem que fez o discurso que reproduzirei abaixo. Leia com atenção:
Direi portanto que não sou, nem jamais fui a favor de introduzir, por quaisquer métodos, a igualdade social e política das raças branca e negra; que não sou, nem jamais fui, a favor de fazer eleitores ou jurados de negros, nem de qualificá-los para assumir cargos públicos ou casar-se com gente branca; e direi como adendo a isto que há uma diferença física entre as raças branca e negra que creio para sempre as impedirá de viver juntas em termos de igualdade social e política.
E, porquanto não possam assim viver, enquanto estiverem juntas deve haver as posições de superior e inferior, e eu, tanto como outro homem, sou favorável a que a posição superior seja atribuída à raça branca. (...)
Acrescentarei a isto que jamais tive conhecimento de um homem, mulher ou criança que fosse favorável à produção de uma perfeita igualdade social e política entre negros e homens brancos.
Palavras de ninguém menos do que Abraham Lincoln, proferidas há 150 anos, quando ele se elegeu presidente dos Estados Unidos. Obviamente, não foram ideias desse quilate que o consagraram como um dos maiores estadistas do planeta e o tornaram ídolo do primeiro presidente negro da história americana. Ao contrário.
Lincoln lutou com ardor pela abolição da escravatura nos Estados Unidos. Liderou os estados do norte durante a Guerra de Secessão contra os escravagistas do Sul. E venceu.
Como se explica tamanha contradição? Pela política. Óbvio. Todo mundo sabe que há uma África de distância entre a opinião e a ação de um político. O que pode parecer ruim, mas não é; é bom.
O melhor da política é justamente a hipocrisia. A hipocrisia evita desacertos e desinteligências. Lincoln talvez até tivesse uma alma racista, mas provavelmente estava sendo hipócrita ao defender a segregação dos negros. O que ele queria era impedir a separação dos estados do sul. Não conseguiu, e sobreveio a guerra.
O fato é que a hipocrisia salva relacionamentos e vidas. Só com hipocrisia se constrói a civilização. Graças à hipocrisia da política, governantes competentes conseguem governar.
E a premissa contrária é igualmente verdadeira: sem hipocrisia, sem política, um governo quase que se inviabiliza. Exemplo caseiro: Yeda Crusius. Seu governo não é tão ruim quanto parece. Não é pior do que muitos dos governos de seus antecessores. Mas ela é um desastre político.
Resultado: a cada 15 dias o governo passa por alguma trepidação. Nenhum outro governador na história do Rio Grande do Sul, com a provável exceção de Olívio Dutra, enfrentou pressão semelhante à que enfrenta Yeda. Por culpa da própria Yeda. Falta-lhe dissimulação. Falta-lhe hipocrisia. O que, em política, significa que lhe falta quase tudo.
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