Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
27 de abril de 2009
N° 15952 - LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL
Cultura do Sul
Salvaguardando os inevitáveis equívocos decorrentes das generalizações, é possível dizer que cada cultura possui seu próprio veículo. A Itália tem sua arte, sua arquitetura, pintura, escultura; é pela arte que a Itália reflete sobre si mesma e seus destinos.
O Renascimento não seria o mesmo não fossem os artistas italianos. Já a Inglaterra pensa através da economia e da política; é de lá que provêm as teorias mais em voga nesses dois campos, inclusivamente o liberalismo e suas perversas adaptações do século 20, cujas consequências estamos pagando a preços exorbitantes.
A Alemanha e a França reconhecem-se por sua filosofia; se a Alemanha prefere as grandes sistematizações à Hegel, a filosofia francesa dedica-se ao drama da condição humana.
Ao considerarmos o caso do Sul do Brasil, vemos que, historicamente, não nos notabiliza nossa filosofia, nem nossa economia ou o pensamento político; mas eis um fato que não nos constrange, pois a literatura supre-nos.
Nossa história é curta, mas necessária para que a literatura lhe dê sentido. O primeiro romance sul-rio-grandense refere-se à Guerra dos Farrapos, publicado apenas dois anos do término do episódio bélico.
Nossa obra “histórica” mais lembrada é um romance – O Tempo e o Vento. O conhecimento da transição do campo para a cidade operou-se pela obra de Cyro Martins. A industrialização e os males da civilização urbana estão em Os Ratos de Dyonélio Machado e na obra de Reynaldo Moura.
A existência do Sul é uma existência literária. Se pensarmos com Umberto Eco, nada mais real do que a ficção: ninguém discute que Mme. Bovary suicidou-se ingerindo veneno; já quanto à morte de Napoleão Bonaparte, são inúmeras as versões.
A literatura é nossa forma privilegiada de pensamento. Somos assim, e eis um fato que deve ser entendido como plenamente natural. Mais do que outros fatores de circunstância, isso pode explicar o fato de que tenhamos o maior número de leitores de todo o país.
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