sábado, 18 de abril de 2009



18 de abril de 2009
N° 15943 - ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Que festival da Barranca!

A 38º edição do Festival da Barranca, realizada na Semana Santa última, foi a maior em número de participantes – 270 pessoas – e a maior em número de canções concorrentes – 25 composições. Eu me lembro bem da primeira, em 1972, quando eram apenas... três canções concorrendo. E eu fui o vencedor: fiz a letra, a música e fui intérprete (!) com a canção Eu e o Rio, acompanhado ao violão pelo saudoso Focinho de Cadela.

Agora, em 2009, foi uma explosão de gente importante como eu nunca tinha visto em festival de canção nativista. Lá estavam Olivio Dutra, João Luiz Vargas, Pirisca Grecco, Pedro e Gabriel Ortaça, Elton Saldanha, Angelo Franco, Érlon Péricles, Duca Duarte, Cristiano Quevedo, Renato Borghetti, o gaiteiro Pertônico, José Bicca, Miguel Bicca, Apparício da Silva Rillo Neto, Lênin Nuñez, Otorino Covolo, José Gonzalez, Xiruzinho, Airton Ortiz, Tucano Grecco, Chico Saratt, Mário Barbará, Miguel Tejera, Ivan Morales, Diogo Madruga Duarte, Miguel Fabrício, Fonso Jaques, Everton Ferreira e até o General que comandou a guarnição federal de São Borja apareceu por lá.

Foram três dias inesquecíveis de amizade, companheirismo, canto, música e muito amor pela tradição gaúcha. E o rio Uruguai, costurando as duas fronteiras dos países irmãos, dava, como sempre, a nota especial. Não se pescou muito, mas, mesmo assim, peixes não faltaram, sobretudo na Sexta-Feira da Paixão. A canção vencedora foi da autoria de Elton Saldanha, Duca Duarte e Pirisca Grecco.

O segundo lugar ficou com José Gonzalez, e o terceiro lugar com Angelo Franco. O grande destaque foi Marco Antonio Loguércio, genro do grande Apparício da Silva Rillo, pai do violonista e cantor que leva o nome do grande poeta que foi, comigo, com o José Bicca e com o Barão Carlinhos Castillo, fundador do Festival da Barranca.

Na despedida, já nas primeiras horas do Domingo de Páscoa, todo mundo se apalavrou para a 39º edição da Barranca, que, ao contrário de outros festivais da canção gauchesca, ganha força a cada ano.

Três grandes nomes não puderam comparecer nesta edição por motivos particulares: Luiz Carlos Borges, Vinicius Brum e o Barão Carlinhos Castillo, muito lembrados por todos. Até o ano que vem, se Deus quiser, Barranqueiros.

Uma tristeza me aguardava na volta: Paulo Lobato, querido amigo desde 1962, quando me ajudou a organizar o 2º Congresso Internacional de Tradicionalismo, na UFRGS, aqui em Porto Alegre, encilhou o pingo e se foi. Alegre, semeador de amizades, fazia de Guaíba referência obrigatória no afeto de todos.

Mas viverá, afinal: amanhã, em cada praça de Guaíba, será plantada uma árvore com seu nome. Paulo Lobato, que sempre deu sombra e frutos com generosidade, vai assim continuar a viver entre nós.

Até a volta, querido amigo!

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