sábado, 18 de abril de 2009



18 de abril de 2009
N° 15943 - PAULO SANT’ANA


Reitor antecipou-se

Os acontecimentos se precipitaram ontem à tardinha. Ao mesmo tempo em que o reitor da Ulbra renunciava a seu cargo, chegou às dependências da reitoria uma equipe da Polícia Federal com a presumível missão de apreender documentos, o que dava a ideia de que uma intervenção do Ministério da Educação na universidade estava em marcha.

A gota d’água que decretou a renúncia de Ruben Becker foi a notícia de que o ministro da Educação declarara que seu ministério nada iria fazer para debelar a crise na universidade enquanto não fosse substituído o reitor.

Pelo raciocínio dedutivo, agora que o reitor renunciou, tudo fará o Ministério da Educação para normalizar os serviços da Ulbra.

E é preciso que o faça. Se a Ulbra é uma permissão do Estado e 152 mil alunos, em sua maioria, estão pagando suas mensalidades, a responsabilidade para corrigir essa ameaça de colapso social é do Ministério da Educação.

O reitor nada mais fez do que antecipar-se à sua deposição. Na noite de ontem, a mantenedora da Ulbra se reuniu. A diretoria iria depor Ruben Becker e mostrava a tendência de indicar um sucessor. Com a renúncia de Becker, foi indicado para o cargo o ex-diretor da unidade de Palmas, Tocantins, Marcos Ziemer.

Todos pediam e queriam a cabeça do reitor. Ele se apressou e ofereceu-a na bandeja.
Será que o Ministério da Educação permitirá que os próprios quadros da Ulbra tentem solucionar o impasse ou partirá para uma intervenção?

Essa dúvida será solucionada nas próximas horas.

Enquanto isso, sempre as dívidas a provocar todas as crises. Outra que está em andamento são as milhares de ações trabalhistas contra o Grupo Hospitalar Conceição.

Foi divulgada aqui nesta coluna a posição da superintendente do GHC, Jussara Cony.

Um outro ângulo de visão é o da associação de funcionários do Grupo, que agora transcrevo: “Prezado Sant’Ana. Não poderíamos deixar de manifestar nossa posição a respeito da matéria publicada em sua coluna de quinta-feira, sob o título de ‘Alerta máximo!’. Ocorre que no Grupo Hospitalar Conceição, onde a superintendência está nas mãos da Dra. Jussara Cony, PC do B, a situação vai de mal a pior, inclusive suscitando uma campanha pública por parte da associação dos servidores pela imediata exoneração, não só da superintendente, mas dos demais diretores e gerentes, em razão da absoluta falta de competência técnica/administrativa.

O passivo milionário referido pela Dra. Cony é reconhecidamente fruto único e exclusivo de gestores que atuam na base do fisiologismo, patrocinando um verdadeiro compadrio partidário entre o PC do B, PT e PMDB. Infelizmente a população e trabalhadores do GHC estão nas mãos de politiqueiros que nada têm em comum com gestão de saúde pública.

Os verdadeiros responsáveis pelo passivo do GHC estão onde sempre estiveram, em gerências e coordenações, que somam mais de 350 cargos remunerados em até R$ 15 mil mensais, com o olhar complacente da Dra. Jussara Cony, que administra sob as amarras de acordo da base governista, os mesmos partidos que historicamente ‘enterraram’ a saúde, educação, meio ambiente etc.

Infelizmente, nada podemos esperar do Ministério da Saúde, este nas mãos do PMDB, que não tem equipes para auditar os processos trabalhistas dos hospitais que estão sob sua responsabilidade, como é o caso do Grupo Hospitalar Conceição.

Sobre o pagamento de uma ação judicial de R$ 12 mil, bastava apenas desfazer-se de um cargo de confiança dentre as centenas que abarrotam os gabinetes. A perdurar esta politicagem, o GHC vai quebrar. (ass.) Roberto Carlos Neres de Oliveira, presidente da Associação dos Servidores do GHC, fone 97250875”.

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