sexta-feira, 24 de abril de 2009



Mistérios e senador-detetive na Roma antiga

A escritora italiana Danila Comastri Montanari, nascida em Bolonha, em 1948, é incontestavelmente a rainha do romance policial histórico italiano. Ela é criadora da aclamada série protagonizada por Públio Aurélio, que está em seu décimo segundo volume. Sucesso de crítica e público, as histórias do senador-detetive de toga e laticlavo já foram publicadas na França, Alemanha, Espanha, Grécia, Holanda e Romênia.

As narrativas são comparadas às de Sherlock Holmes e às histórias de Agatha Christie. Danila Montanari tem dois diplomas superiores, três gatos, marido e filha e suas obras certamente farão sucesso entre nós, por força de forma e conteúdo.

Cave Canem, o primeiro volume da série - o livro acaba de ser lançado no Brasil -, narra os assassinatos e os mistérios ocorridos na casa de campo de um rico plebeu na Roma antiga.

Em uma villa que se debruça sobre o lago Averno, a mítica porta para o reino dos Infernos, três homens da mesma família morrem inesperadamente, em condições misteriosas, concretizando uma misteriosa profecia.

Públio Aurélio, epicurista convicto e que está lá para ser testemunha de um novo testamento do velho patriarca, não acredita em milagres, profecias e vaticínios, mas se depara com uma estranha maldição e com várias mulheres terríveis e perigosas que vivem por lá: Plautila, a amante de um senador; Helena, uma bela viúva; sua jovem filha Névia; e a aristocrática matrona Paulina, entre outras.

Elas vão dificultar, e muito, o resultado do inquérito, com suas ardilosas armações. Uma sombria profecia diz que peixes, aves e insetos devorarão as árvores do jardim, com exceção da velha figueira. Paulina, a matrona, foi obrigada a se divorciar do primeiro marido para ficar com Cneu, o proprietário da villa. Pláucio Ático, filho de Cneu, é encontrado morto no tanque das moreias.

Este foi o primeiro morto e o fato que determinou a redação de um novo testamento. Uma conhecida sentença do filósofo grego Epicuro abre o romance: "É estupidez pedir aos deuses aquilo que podemos obter por nós mesmos".

Enfim, Públio Aurélio, o senador-detetive, o investigador na Roma antiga, estreia em grande estilo perante os leitores brasileiros. Tradução de Joana Angélica D'Ávila Melo, 322 páginas, R$ 39,00. Editora Record, telefone 21-2585-2000.

Jaime Cimenti

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