sexta-feira, 28 de julho de 2023


28 DE JULHO DE 2023
INFORME ESPECIAL

La marcha de los bombos legueros

Há mais de duas décadas, Santiago del Estero, conhecida como "la madre de las ciudades", no norte da Argentina, reverbera o som sincopado do tambor em uma caminhada única no mundo. Neste ano, a 21º Marcha de los Bombos reuniu 20 mil pessoas, a maioria instrumentistas - entre eles, o gaúcho Ernesto Fagundes. O grupo tocou em sincronia ao longo de sete quilômetros, para celebrar os 470 anos do município, não por acaso, berço do bombo e da chacarera.

- Foi minha primeira vez na marcha e foi lindo demais. A gente sente a força da integração latino-americana. Vi crianças, senhoras, cadeirantes, gente de todas as cores e idades caminhando juntas, irmanadas - conta Ernesto, que participou do evento a convite da Fundação Pátio, do luthier Índio Froilán, e do Instituto Nacional de Promoção Turística da Argentina.

Produzido a partir de troncos ocos (em geral corticeiras) e revestido com pele curtida de animais, o bombo leguero faz parte da cultura platina. Reza a lenda que ganhou esse nome porque pode ser ouvido "a léguas de distância".

A decisão de Melo pela Feira do Livro

Depois do governador Eduardo Leite, ontem foi a vez do prefeito Sebastião Melo (foto) reforçar o apoio à Feira do Livro de Porto Alegre. O evento, como tenho alertado aqui, corre o risco de ficar menor em 2023 por falta de recursos. Incomodado com a polêmica, o gestor da Capital anunciou a decisão de ampliar de R$ 150 mil para R$ 250 mil o valor aplicado na festa literária, que há décadas atrai visitantes à cidade e movimenta a economia. É mais uma boa notícia.

Na última quarta-feira, provocado pela coluna, Leite havia determinado à secretária de Cultura do Estado, Bia Araújo, que encontrasse caminhos "para contemplar a feira e garantir o apoio necessário". Agora, Melo reforça o movimento.

A contenda teve início quando, pela primeira vez na história, o evento ficou de fora da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), por decisão do Conselho Estadual do setor.

- A definição do Conselho é um equívoco. Lamentável. Já falei com o presidente da feira e avisei que vou liberar R$ 250 mil o mais rápido possível, porque o evento está aí. Vou liberar já. Ele também vai me passar uma lista de empresas que poderiam ajudar via Lei Rouanet. Como prefeito, vou fazer contato pessoalmente e ver se consigo sensibilizar alguns empresários - disse Melo, ontem, por telefone.

O valor é R$ 100 mil acima do que a prefeitura destinou em 2022 e deve ajudar, ao menos, a cobrir parte do buraco deixado pela exclusão da LIC - que permitiria a captação de R$ 871,6 mil com empresas parceiras, em troca de isenção fiscal. O governo do Estado também deve ajudar, ampliando as atividades previstas na programação.

JULIANA BUBLITZ

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