Martha Medeiros conversa na sala
Vem aí mais um baita livro da Martha Medeiros (foto). Conversa na Sala (L&PM Editores, 256 páginas) é isso mesmo o que você está pensando: um convite a um bate-papo tête-à-tête (como nos velhos tempos), com a leveza que se tornou marca da escritora gaúcha.
Depois de um hiato de cinco anos, Martha volta a lançar uma coletânea de crônicas. São 122 textos publicados em ZH entre 2018 e abril de 2023, sobre temas da atualidade.
- Tem uma maturidade maior ali, com uma grande abrangência de assuntos. Não deixo de falar de amores, como sempre fiz, mas trato, também, da relação com a tecnologia, do meio ambiente, da política, da pandemia, da solidão e da arte. Aconteceu muita coisa nesses cinco anos - brinca a cronista.
Em fase de pré-venda na internet (em www.lpm.com.br), o livro estará nas livrarias a partir de 3 de agosto.
O sol brilha para todos
Eva Sopher, com a sensibilidade que tinha, percebeu logo: o Multipalco do Theatro São Pedro era o lugar certo para ajudar uma ideia que nasceu pequena a crescer, ganhar força e salvar - sim, salvar é o termo - meninos e meninas do mundo das drogas e do crime.
Isso foi em 2012. De lá para cá, contando desde sua fundação, a ONG Sol Maior já mudou a vida de 5 mil crianças e adolescentes e, agora, o trabalho está sendo ampliado.
Faço questão de trazer exemplos como esse à coluna para mostrar que é possível, sim, fazer algo pelo próximo, mesmo quando parece pouco e ainda que o início seja difícil.
Quando a psiquiatra Maria Teresa Campos e o engenheiro César Franarin decidiram criar o projeto, a ONG começou recebendo 50 alunos por ano. A ideia era atrair a garotada para oficinas de dança, canto e música (foto) de um jeito leve e divertido, e, por meio da arte, ensinar lições de ética e cidadania. Tudo isso, claro, no turno inverso ao da escola e exigindo dedicação aos estudos.
Veja bem: sem dinheiro público, com o apoio de empresas parceiras, aqueles 50 lá do início passaram a 100, 200, 300. Em 2022, eram 450 e, hoje, o número chega a 530 atendidos por ano, não só no Multipalco, mas também na periferia de Porto Alegre - os professores vão até os alunos e suas famílias.
E os resultados? São impressionantes. Índice de evasão zero, 95% de frequência, 98,5% de aprovação na escola e 94% dos egressos - que cresceram e foram ganhar a vida - empregados ou em estágio profissional.
- Nós nunca imaginamos que poderíamos chegar tão longe - diz Franarin.
Pois chegaram.
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