quarta-feira, 19 de julho de 2023


No Pronampe

Para ter ideia da importância do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), praticamente metade dos lojistas de Porto Alegre pegou empréstimo. Deles, 35% pretendem prorrogá-lo e - o mais alarmante - 42% têm risco de fechar o negócio caso não consigam ampliar o parcelamento. A pesquisa foi feita pelo Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) com a coluna.

A lei que autoriza os bancos a ampliarem o prazo foi aprovada em abril. Demorou, mas já houve a alteração necessária na regra do Fundo de Garantia de Operação (FGO), administrado pelo Banco do Brasil. À coluna, a instituição informou que os empresários podem buscar os agentes financeiros para renegociar, mas eles não estão conseguindo. Banco que aplica políticas públicas e o que mais empresta pelo Pronampe, a Caixa Econômica Federal foi questionada sobre a situação, mas não retornou até o fechamento desta edição.

O Pronampe foi criado no auge da pandemia para dar sobrevida a pequenos negócios. O dinheiro se esgotava rapidamente. Com Selic a 2%, era um juro baixíssimo, mas subiu nas novas edições, e empreendedores não conseguem pagar. Dos comerciantes da Capital, 82% tomou para capital de giro, ou seja, para manter a operação diária do negócio.

ENTREVISTA ARCIONE PIVA Presidente do Sindilojas Porto Alegre

Como não fechar enquanto não consegue prorrogar o empréstimo?

É a pergunta de US$ 1 milhão. Quem cresce o faturamento, ameniza o impacto, mas é difícil. O varejo passa por transformação, com concorrência de sites internacionais e e-commerce interno. A grande maioria que tomou Pronampe é loja física. Temos tentado qualificar os empreendedores para aumentar venda, pois é o caminho no momento. Por outro lado, fazemos pressão nas instituições financeiras para que baixem juro. Não é fácil. Temos dificuldade de chegar nas pessoas que tomam a decisão, na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil.

Qual a dificuldade com os bancos?

Os limites de crédito são vinculados ao faturamento. Então, se a empresa não faturou mais, não consegue ampliar parcelas porque tem mais juro, aumenta o valor da dívida e ultrapassa o limite do Pronampe. É a dificuldade dos bancos, além de não fazerem muita questão, óbvio. O fundo garantidor só garante até R$ 150 mil. Enquanto tentam jogar parcelas para frente, metade dos lojistas está de olho em buscar mais recursos do Pronampe. Presidente do Sindilojas, Arcione Piva, falou ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

GIANE GUERRA 

Nenhum comentário: