24 DE JULHO DE 2023
COPA DO MUNDO
A ÚLTIMA
maior jogadora da história, rainha marta começa hoje sua sexta e derradeira participação em copas em busca da primeira estrela para o brasil
O Silva em seu nome indica a brasilidade. O Marta simboliza a referência quando se fala de futebol feminino. Aos 37 anos, Marta Vieira da Silva viverá mais um capítulo com a Seleção em Copas. A competição da Austrália e Nova Zelândia terá um significado a mais para a camisa 10. A estreia hoje, às 8h, contra o Panamá, no Estádio Hindmarsh, em Adelaide, na Austrália, marcará a contagem regressiva do "the last dance" da rainha em Mundiais.
Antes do embarque para a sua sexta participação, Marta anunciou que será a sua última Copa.
- Em algum momento temos de priorizar outras coisas também, eu tenho planos para isso. Eu só tenho a agradecer por todos esses anos aqui na Seleção e estar tendo a oportunidade de ir para a minha última Copa do Mundo.
Depois de ajudar a construir uma nova realidade para o futebol feminino, a atacante quer realizar novos sonhos, mas não apenas dentro de campo. Em entrevista recente ao Esporte Espetacular, da TV Globo, confirmou que planeja uma pausa na carreira para tornar real o desejo de ser mãe:
- Sempre tive esse desejo pelo fato de eu gostar muito de criança.
Os fatos mais recentes ajudam a contar a história da mulher, que herdou o dom de valentia da mãe, dona Tereza Vieira, e virou exemplo no mundo todo. Desde a juventude em Dois Riachos, no interior de Alagoas, precisou estabelecer uma luta para realizar o sonho de ser atleta profissional.
Depois da iniciação no CSA, foram necessários novos rumos. Tomou o ônibus com destino ao Rio, em uma viagem de aproximadamente 2 mil quilômetros. Aos 14 anos, iniciou a carreira profissional com a camisa do Vasco da Gama.
Na capital fluminense, permaneceu de 2000 até 2003, quando o time foi encerrado. A técnica Helena Pacheco, uma de suas mentoras, conseguiu uma nova oportunidade no Santa Cruz, de Minas Gerais. Foi neste ano que veio a primeira oportunidade com a Seleção, na disputa da Copa.
Prêmios
No Mundial realizado nos Estados Unidos, o técnico Paulo Gonçalves começou a comandar a geração que tinha Marta, Cristiane e Rosana se juntando a nomes como o de Formiga. Naquela edição, assumindo a camisa 10, Marta marcou três gols em quatro partidas. Era o ensaio para apresentação de Marta ao mundo, a partir dos anos seguintes. Em 2004, aos 18, aceitou a proposta do Umea IK, da Suécia. Disputou os Jogos Olímpicos de Atenas e ficou com a prata na decisão contra os Estados Unidos.
Em 2006, após a sua terceira indicação, Marta foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio da Fifa de melhor jogadora do mundo. Foi apenas a primeira de seis cerimônias em que a atleta subiu ao palco para receber a honraria - 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018
A cada temporada, novos feitos foram construídos. Em 2007, no vice- Mundial (a melhor campanha em Copas), Marta foi a artilheira, com sete gols, e a melhor jogadora do torneio. Atrelado ao desempenho nos Jogos Pan-Americanos, com a conquista do ouro para um Maracanã com mais de 80 mil pessoas, um novo panorama nasceu para a modalidade no Brasil. A partir dali, a CBF voltou a promover competições.
Nos anos seguintes, viveu fases intermitentes entre o futebol dos EUA, Suécia, e até mesmo o retorno ao futebol nacional, jogando pelo Santos. Está no Orlando Pride-EUA desde 2017.
A Copa do Mundo de 2019 foi marcada por discursos fortes de Marta e campanhas pela igualdade de gênero no esporte. O episódio marcante foi a entrevista após a eliminação para a França.
- Não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Então pensem nisso, valorizem mais, chore no começo para sorrir no fim.
Em 2023, essa busca ganhou um fator ainda mais especial. Antes de chegar para o Mundial, as 23 convocadas deixaram claro que a busca deste título seria pela camisa 10 para coroar de vez a carreira da Rainha.
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