terça-feira, 18 de julho de 2023


18 DE JULHO DE 2023
+ ECONOMIA

Inovação em saneamento

A startup Augen, fundada em 2018, em Rio Grande, foi criada com a proposta de possibilitar que infraestruturas de tratamento de água, esgoto e poços artesianos com décadas de uso sejam inseridas na indústria 4.0 por meio de inovação e tecnologia.

A ideia, baseada em IoT (internet das coisas), chamou a atenção do Badesul. A agência de fomento estadual, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, é investidor estratégico do Fundo GovTech, gerido pela Cedro Capital e KPTL, que indicou a empresa para entrar no portfólio de mais de 50 investidas da gestora.

O resultado desta aproximação é um investimento inicial de R$ 4 milhões na companhia, o primeiro do Fundo GovTech, que tem como investidores as empresas Multilaser e Positivo, e as agências de desenvolvimento regionais Agerio e Badesul, com planos de aplicar em cerca de 30 GovTechs nos próximos anos.

Como destacam seus sócios, a Augen se fortalece a partir da complementaridade da experiência profissional de cada fundador. A companhia, sediada no Parque Tecnológico da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), tem seu foco na transformação digital do setor de saneamento, atuando de ponta a ponta e fornecendo soluções para tratamento, produção e distribuição de água.

Então professores da instituição, os engenheiros químicos Fabricio Butierres Santana e Cesar Augusto da Rosa se uniram ao engenheiro mecânico Moisés Fernandes Borges, com longa carreira no setor privado. Santana e Rosa já atuavam há anos com saneamento, e com a Augen foram contratados pela Corsan para um projeto especial de pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de promover eficiência nas estações de tratamento de água e poços artesianos da companhia. Segundo Santana, a ideia é alocar o novo aporte na estrutura comercial e no planejamento financeiro da oferta dos produtos.

- Queremos migrar de um modelo de comercialização de hardware e instalações para um modelo de oferta de infraestrutura como serviço. É um processo complexo, que demanda cuidados e que exige estar lado a lado com os clientes - detalha.

Segundo os sócios explicam, no Brasil, boa parte da água é oriunda de poços subterrâneos, e a empresa criou o que chamam de "Poço 4.0", com análise, tratamento e gestão da produção de forma digital, com análise profunda de dados. Após a instalação dessa camada digital, observa-se uma redução de 30% a 45% no uso de produtos químicos e aumento do controle de qualidade desses equipamentos.

Ainda de acordo com a empresa, atualmente apenas 0,27% de toda a água que sai das torneiras no país vem de um processo digitalizado. Com o Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020, a empresa espera que a oferta cresça, assim como a qualidade do serviço terá de aumentar.

- Queremos ser o braço digital do marco legal - resume Santana.

ANDERSON AIRES INTERINO

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