sábado, 29 de julho de 2023


29 DE JULHO DE 2023
FLÁVIO TAVARES

VIOLÊNCIA E VIOLENTOS

A violência domina nosso dia a dia. Já temos temor de sair à rua, mais ainda falando ao celular, até nas urgências. Às noites, tudo piora e o medo se multiplica.

Em Porto Alegre, chegou a haver até um morto a facadas e, logo, esquartejado, cortado em pedaços, como carne em açougue. O roubo de automóveis tem diminuído depois que colocaram câmeras nas principais sinaleiras, mas permanece como ameaça. E ainda "agradecemos" aos ladrões pela "bondade" de nos deixar com vida? Os jornais e a TV noticiam, quase diariamente, mortes e roubos, em especial no bairro Rubem Berta, que tem este nome em homenagem àquele que tornou nossa Varig um modelo mundial de companhia aérea. A própria Varig sofreu a violência da má administração e desapareceu?

A violência da fraude invadiu os negócios e cresceu assustadoramente com os golpes virtuais. Temos de nos cuidar até do telefone celular, pois nos chamam de um suposto banco oferecendo um empréstimo inexistente. Os celulares furtados no país em 2022 equivalem a quase um caso por minuto.

O estelionato transformou-se em parte da vida diária e nos ameaça tal qual o assalto de rua para arrancar a bolsa das mulheres. Os assassinatos estão "em queda", segundo as estatísticas, mas ainda são altos e chegam a 130 por dia no país. Os estupros chegam a oito por hora (acentuo, oito por hora) no país e em 2022 totalizaram 74.951 casos. Em grande parte, as vítimas foram meninas menores de 14 anos.

A violência vem, também, dos próprios magistrados, cuja função é vigiar o cumprimento das leis que nos protegem como cidadãos. Na última quinta-feira, este jornal publicou a lista de desembargadores do Tribunal de Justiça e juízes que percebem mais de R$ 500 mil ao mês. Indago: vindo de juízes, não é isso uma violência e um ultraje à cidadania?

A violência das violências, porém, continua a ser nosso descaso com a preservação do meio ambiente. Os efeitos brutais da crise climática, cuja mostra aparece agora no verão do Hemisfério Norte, são a cicatriz visível do horror que nos ameaça. Mas continuamos insensíveis, poluindo a vida com combustíveis fósseis e carros a gasolina ou diesel, sem maiores iniciativas de veículos elétricos?

Em suma, chego à triste conclusão de que, em verdade, somos todos violentos ao admitir a violência!

FLÁVIO TAVARES

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