sexta-feira, 7 de abril de 2017



07 de abril de 2017 | N° 18813 
NÍLSON SOUZA

VELHOS JORNALISTAS

Os fantasmas do Copacabana mal podem esperar pelo encontro de amanhã. Outro dia, estive lá com a minha turma da Fabico e pude observá-los, inquietos em suas fotografias nas paredes do restaurante, alguns sorrindo, outros fazendo morisquetas para o fotógrafo, a maioria olhando sério para a posteridade. Junto com Ivo Stigger, Juarez Fonseca, Mário Marcos de Souza e Claiton Selistre, meus colegas de faculdade, me envolvi no desafio de identificá-los e de recordar suas funções nas diversas redações de jornais por onde também passamos. Os mais belos capítulos da história do jornalismo gaúcho, não tenho dúvida, estão na galeria de fotos do Restaurante Copacabana.

Pois, amanhã, os fotografados que já se foram e os que se mantêm firmes e fortes dividirão o espaço para celebrar o jornalismo. A ideia do encontro partiu de Ibsen Pinheiro, que convocou para uma reunião de pauta informal a Núbia Silveira e o Carlos Bastos, todos mestres do ofício. A proposta inicial era convidar alguns conhecidos para o almoço, mas a lista começou a crescer. Critério básico: 80 anos ou mais. Alguns, na antevéspera dos oitentinha, também foram incluídos. Até o início desta semana, 56 veteranos da profissão já estavam confirmados.

Vem gente de Brasília, do Rio e de outros lugares. Critério secundário: só jornalistas que nasceram no Estado ou que passaram por algum veículo de comunicação da Capital. Pelo menos quatro guerreiros da informação já viraram o velocímetro dos 90: Ib Kern, com 98 anos; Hugo Hammes, com 91; Lucídio Castelo Branco e José Silveira, ambos com 90.

O evento estava marcado inicialmente para 31 de março, mas os organizadores se deram conta de que a data, por sua referência histórica, não era adequada a uma celebração do jornalismo. Ficou melhor assim: esta sexta-feira, por coincidência, é o Dia do Jornalista, data criada pela Associação Brasileira de Imprensa em homenagem ao coleguinha Líbero Badaró, assassinado quando lutava pela independência do Brasil. Não duvido de que ele também apareça no almoço.

Eu só não vou porque algum desses veteranos pode me confundir com um estagiário e me pedir para buscar a calandra.

Os velhos jornalistas sabem do que estou falando.

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