terça-feira, 4 de abril de 2017



04 de abril de 2017 | N° 18810
EDITORIAIS

REAÇÃO NA SEGURANÇA

O anúncio feito ontem pelo governo do Estado de que irá chamar mais de mil policiais militares para reforçar a segurança, além de lançar novos concursos nessa área, serve ao menos para demonstrar que, apesar da demora na reação, o poder público não está inerte. 

Níveis de violência como os atingidos no Rio Grande do Sul não têm como ser combatidos apenas com mais agentes nas ruas, pois exigem providências mais amplas e coordenadas. Ainda assim, nada contribui mais para aprofundar a sensação de insegurança do que a constatação, pelos criminosos, de estarem livres para agir, por falta da presença ostensiva do Estado.

É justamente o atraso na adoção de medidas efetivas que ajuda a explicar o fato de o Colégio Estadual Ildo Meneghetti, no bairro Restinga, em Porto Alegre, ter sido atacado duas vezes no final de semana, totalizando 18 registros policiais só neste ano. A demora na reação está também entre as razões de Porto Alegre ter sido incluída em pesquisa publicada pela revista The Economist entre as 50 cidades com mais de 250 mil habitantes com maior número de homicídios do mundo.

É positivo que, ao se comprometer ontem com novos concursos para reforçar o contingente de policiais militares, o governador tenha condicionado sua realização à aprovação pela Assembleia de projetos que corrijam distorções históricas, mas inadmissíveis na Brigada Militar. Entre elas, estão as aposentadorias precoces, algumas delas privilegiando quem ganha mais, o que incha a folha e contribui para deixar as ruas menos protegidas.

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