terça-feira, 11 de outubro de 2016



11 de outubro de 2016 | N° 18657
Ricardo Felizzola* - INDICADORES 

Voto importante

Já devo ter me referido várias vezes de que crises e oportunidades andam juntas. Crise política oportuniza o aparecimento de novas lideranças que revelam-se surpreendentemente com alavancas forjadas na atual decepção. São apostas, arriscadas como quaisquer outras, trazendo esperança na simples mudança. Lembro que foi com o PT, que cresceu politicamente, em momentos de crise revelando-se como opção a “tudo que aí existe”. Apontar falhas não é passaporte para o trajeto gerador de resultados garantindo entregas. Cabe sempre análise e questionamento de quem vai optar através do voto.

Na economia, a crise também gera novas apostas para a geração de riqueza. Nossa experiência com a estatização de empresas não é boa. O petróleo, que era “nosso”, foi monopolizado por um dos maiores fenômenos da história da humanidade em termos de sistema de financiamento para manutenção de poder em uma nação. Isto foi viável pelo simples fato da Petrobras, como estatal, ser manipulada por partidos políticos no governo com a nomeação de diretores operadores de propina. A LavaJato está limpando a bronca e vai se ocupar alguns anos ainda com isto.

Hoje, fala-se na oportunidade de se trazer o setor privado para investir, lucrar e pagar impostos que no caixa do Tesouro podem diminuir a dívida pública e melhorar a capacidade do Estado para executar melhor suas básicas funções em áreas como educação, segurança e saúde.

Parcerias público-privadas (PPPs) nas áreas de infraestrutura, abertura para o capital externo (abundante e barato lá fora), investimento em um ambiente de inovação com incentivo a novos negócios (mais agro, indústrias de ponta e turismo inclusive com liberação dos cassinos) é o que pode tirar o Brasil do atual atoleiro. 

Além disto, um sinal de que a gastança federal vai acabar, aprovando-se a “PEC do Teto” de gastos públicos seria fundamental para aumentar a confiança de quem vem investir para virar o jogo. E aí estamos nós dependendo novamente dos legisladores, os políticos mais importantes em nossa democracia. Dar-se conta disto na hora de votar é que está difícil. Você lembra ainda em que vereador votou na semana passada? Foi seu voto mais importante dos últimos tempos.

*CEO da HT Mícron

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