07 de outubro de 2016 | N° 18654
EDITORIAIS
TIRAR O BRASIL DO VERMELHO
Descontado o provocativo jogo de palavras do título, que ressuscita o confronto de cores das manifestações de rua pré-impeachment, a campanha lançada nesta semana pelo governo Temer expõe com crueza o desequilíbrio das contas públicas, sem poupar insinuações à administração Dilma Rousseff da qual, não se pode ignorar, o atual presidente era vice.
Mas a contradição, a provocação e até mesmo a polêmica suscitada por alguns dados da peça publicitária não mascaram a precariedade das finanças em âmbito federal. Servem de alerta também para a urgência e a necessidade da aprovação pelo Congresso de providências como a fixação de um teto para os gastos, condicionando sua expansão aos limites inflacionários dos últimos 12 meses.
Mas a contradição, a provocação e até mesmo a polêmica suscitada por alguns dados da peça publicitária não mascaram a precariedade das finanças em âmbito federal. Servem de alerta também para a urgência e a necessidade da aprovação pelo Congresso de providências como a fixação de um teto para os gastos, condicionando sua expansão aos limites inflacionários dos últimos 12 meses.
Independentemente de responsabilidades, que precisam ser apuradas nos foros adequados, o fato concreto é que o governo federal não tem como manter o desequilíbrio entre receita e despesas nos níveis atuais. Entre os dados incontestáveis do material veiculado agora, está o de que o Planalto trabalha com uma previsão de déficit de R$ 170 bilhões para este ano. Uma das consequências desse descontrole é o universo de 12 milhões de brasileiros atualmente desempregados.
Como adverte o anúncio, quando as contas oficiais estão desajustadas, quem acaba arcando com o ônus é o contribuinte. O governo, o Congresso e os brasileiros precisam fazer o que lhes cabe para corrigir o desequilíbrio presente, deixando o passado para a história e devolvendo ao país um sentimento que não tem cor: a crença no futuro.
CRIANÇA FELIZ
É promissor o primeiro programa social do governo Temer, lançado na última quarta-feira e focado na primeira infância. Formulado no Ministério do Desenvolvimento Social, por inspiração do ministro Osmar Terra, o programa Criança Feliz começa com um orçamento reduzido mas se propõe a atender num primeiro momento 140 mil beneficiários de 200 municípios, em nove Estados.
A meta é chegar a 2017 com 750 mil crianças atendidas. E o importante é que o programa não parte do zero, inspira-se em experiências bem-sucedidas como o Primeira Infância Melhor, do Rio Grande do Sul, e o Mãe Coruja, de Pernambuco, com os quais trabalhará de forma integrada.
A meta é chegar a 2017 com 750 mil crianças atendidas. E o importante é que o programa não parte do zero, inspira-se em experiências bem-sucedidas como o Primeira Infância Melhor, do Rio Grande do Sul, e o Mãe Coruja, de Pernambuco, com os quais trabalhará de forma integrada.
O foco do programa federal será concentrado nas crianças de até três anos cujas famílias sejam beneficiárias do Bolsa-Família. Elas receberão nas suas próprias casas atendimento de saúde, assistência social, educação, justiça e cultura. O atendimento se estende aos pais, que receberão orientação sobre atividades do dia a dia, como cuidados de higiene, agenda de vacinação e pesagem, para prevenir a subnutrição e doenças.
Os programas referidos baseiam-se numa premissa reconhecida cientificamente, de que os primeiros anos de vida dos bebês são fundamentais para o estímulo sensorial, psicológico e de aprendizagem. Especialistas asseguram que o investimento em desenvolvimento na primeira infância cria os alicerces de uma sociedade próspera e sustentável. Trata-se, portanto, de uma iniciativa que merece apoio de toda a sociedade e que deve ser colocada acima dos interesses políticos que hoje dividem a população brasileira.
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