O melhor de
Millôr
Millôr
Fernandes nasceu no Meyer, subúrbio do Rio de Janeiro, em 1924, e faleceu no
Rio, em 2012. Em mais de 70 anos de atividade na imprensa, no teatro, na
literatura e nas artes plásticas, tornou-se uma das maiores personalidades de
seu tempo. Combativo, adepto do estilo “hay gobierno, soy contra” como
pouquíssimos, conseguiu praticar o ideal da independência intelectual, tendo
sido perseguido pelas ditaduras que assolaram o Brasil no século XX.
Escreveu,
traduziu e adaptou mais de cem peças de teatro (Shakespeare, Brecht,
Pirandello, Fassbinder, Molière, Tchekov, Gorki, Racine e muitos outros),
publicou dezenas de livros, entre os quais O livro vermelho dos pensamentos de
Millôr; Poemas e A verdadeira história do paraíso.
Millôr
Definitivo - A bíblia do caos, agora em nova edição revista e ampliada (foram
mais de vinte, desde a primeira, em 1994), apresenta 5.299 frases escritas e
ditas por Millôr, que colaborou com O Cruzeiro, Veja, O Pasquim, IstoÉ, Jornal
do Brasil, Folha de S. Paulo, Bundas e O Estado de S. Paulo.
Exercendo
o livre pensar, sem medo dos poderosos, Millôr foi testemunha, cronista e
participante ativo da nossa história. Suas frases, pensamentos, aforismos,
poemas e hai-kais, feitos com a sensibilidade, os sonhos e a vibração que lhe
eram tão próprios, são muitas vezes repetidos nas casas, nas festas, nas
praias, nos bares e em muitos outros locais. Millôr é uma de nossas melhores e
mais bem-humoradas consciências-críticas.
Exemplos:
Democracia é eu mandar em você. Ditadura é você mandar em mim. / O homem põe. E
o publicitário cacareja. / História é um troço inventado por historiadores que
não concordam com o que outros historiadores inventaram antes. /Você aí,
companheiro de profissão: uma coisa é ser o rei dos palhaços, outra coisa é ser
o palhaço dos reis./De madrugada o melhor amigo do homem é o cachorro-quente./
Como é mesmo que Stefan Zweig disse: “País do futuro” ou “País do faturo”? / A
vida é igualzinha ao futebol.
Mas
o campo não é demarcado, vale impedimento, a canelada marca ponto a favor, a
bola é quadrada, o gol não tem rede e o supremo juiz é um ladrão que expulsa do
jogo quem bem entende, sem qualquer explicação. Cético, irreverente, Millôr
sempre surfou na crista da onda. Moderno, acompanhou os movimentos de renovação
cultural e usou vários meios de expressão, como o cinema, o teatro, a
literatura, o jornalismo, o desenho, o humor, a pintura e a poesia.
O resumo
do pensamento de Millôr permite pensar e analisar o Brasil, dar umas risadas,
amar e odiar a pátria e seguir adiante. L&PM Editores, 544 páginas, R$
69,90, www.lpm.com.br.
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