sexta-feira, 13 de junho de 2014

Jaime Cimenti

Novo romance de Isabel Allende

O jogo de Ripper é o novo romance da consagrada escritora e jornalista peruana Isabel Allende, e certamente vai ganhar lugar de destaque em sua já longa carreira, pelas inovações em termos de forma e conteúdo. A autora do clássico moderno A casa dos espíritos, romance publicado em 1982 e que se tornou um dos títulos míticos da literatura latino-americana, já escreveu mais de 20 obras, traduzidas para 35 idiomas. Recentemente, Isabel recebeu o Prêmio Nacional de Literatura (2010) no Chile e o Prêmio Hans Christian Andersen, em 2012, este último pela série As aventuras da Águia e do Jaguar.

Nascida em 1942 no Peru, onde o pai era diplomata, viveu no Chile entre 1945-1975, depois em outros países e na Venezuela. Desde 1988, mora na Califórnia. O jogo de Ripper narra o que era, no início, apenas um jogo inocente que envolvia cinco participantes de diferentes países, reunidos via Skype, para desvendar enigmas criminais.

Amanda Martin, garota de São Francisco e fanática por romances macabros, é a mestra do jogo. Bob Martin e Indiana Jackson, seus pais, divorciados, não gostam nada do hobby da filha, mas ela prefere passar a maior parte do tempo com o avô, Blake Jackson, que incentiva sua paixão pela literatura noir. Bob chefia o Departamento de Homicídios da cidade, e Indiana trabalha na Clínica Holística de North Beach, onde atende diversos pacientes. Entre eles está um sujeito cético, mas perdidamente apaixonado por ela. O vigia de uma escola é assassinado em São Francisco.

Uma série de outras mortes criminosas acontece. Os cinco jogadores do Ripper se envolvem com os casos. Eles logo se dão conta de que um mesmo assassino pode ter cometido os crimes. O que era apenas diversão se torna questão de vida ou morte quando Amanda descobre que o cerco do serial killer se fecha em torno de alguém que ela ama.

As primeiras palavras da narrativa são “‘minha mãe ainda está viva, mas ele vai matá-la na Sexta-feira Santa, à meia-noite’, disse Amanda ao inspetor-chefe, e o policial não a contestou, porque a garota vivia dando provas de que sabia mais do que ele e todos os seus colegas do Departamento de Homicídios”.


A partir daí o enredo, os personagens e o ritmo acelerado envolvem o leitor, numa obra que vai muito além do mero entretenimento. Bertrand Brasil, 490 páginas, mdireto@record.com.br.

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