Jaime
Cimenti
Novo romance de Isabel
Allende
O
jogo de Ripper é o novo romance da consagrada escritora e jornalista peruana
Isabel Allende, e certamente vai ganhar lugar de destaque em sua já longa
carreira, pelas inovações em termos de forma e conteúdo. A autora do clássico
moderno A casa dos espíritos, romance publicado em 1982 e que se tornou um dos
títulos míticos da literatura latino-americana, já escreveu mais de 20 obras,
traduzidas para 35 idiomas. Recentemente, Isabel recebeu o Prêmio Nacional de
Literatura (2010) no Chile e o Prêmio Hans Christian Andersen, em 2012, este
último pela série As aventuras da Águia e do Jaguar.
Nascida
em 1942 no Peru, onde o pai era diplomata, viveu no Chile entre 1945-1975,
depois em outros países e na Venezuela. Desde 1988, mora na Califórnia. O jogo
de Ripper narra o que era, no início, apenas um jogo inocente que envolvia
cinco participantes de diferentes países, reunidos via Skype, para desvendar
enigmas criminais.
Amanda
Martin, garota de São Francisco e fanática por romances macabros, é a mestra do
jogo. Bob Martin e Indiana Jackson, seus pais, divorciados, não gostam nada do
hobby da filha, mas ela prefere passar a maior parte do tempo com o avô, Blake
Jackson, que incentiva sua paixão pela literatura noir. Bob chefia o
Departamento de Homicídios da cidade, e Indiana trabalha na Clínica Holística
de North Beach, onde atende diversos pacientes. Entre eles está um sujeito
cético, mas perdidamente apaixonado por ela. O vigia de uma escola é
assassinado em São Francisco.
Uma
série de outras mortes criminosas acontece. Os cinco jogadores do Ripper se
envolvem com os casos. Eles logo se dão conta de que um mesmo assassino pode
ter cometido os crimes. O que era apenas diversão se torna questão de vida ou
morte quando Amanda descobre que o cerco do serial killer se fecha em torno de
alguém que ela ama.
As
primeiras palavras da narrativa são “‘minha mãe ainda está viva, mas ele vai
matá-la na Sexta-feira Santa, à meia-noite’, disse Amanda ao inspetor-chefe, e
o policial não a contestou, porque a garota vivia dando provas de que sabia
mais do que ele e todos os seus colegas do Departamento de Homicídios”.
A
partir daí o enredo, os personagens e o ritmo acelerado envolvem o leitor, numa
obra que vai muito além do mero entretenimento. Bertrand Brasil, 490 páginas,
mdireto@record.com.br.
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