terça-feira, 10 de junho de 2014



10 de junho de 2014 | N° 17824
VERISSIMO NA COPA

ZAGUEIROS

O lance mais constrangedor de Brasil x Sérvia foi o do David Luiz e o Thiago Silva indo, os dois, na mesma bola, quase batendo cabeça e deixando um sérvio livre para quase marcar. Zagueiros centrais correm o risco permanente do vexame. São geralmente a última barreira antes do gol, muitas vezes obrigados a esquecer qualquer resquício de estética e elegância e apelar para o balão, ou cair de bunda no chão, na defesa da sua meta. Por isso, precisam de personalidade forte e de crença absoluta em si mesmos.

Tenho uma tese: zagueiro central não pode ter apelido. Quando foi a última vez que alguma seleção brasileira bem-sucedida teve um zagueiro central com apelido? Além de altura, impulsão, bom cabeceio e destemor diante da eventual obrigação de jogar feio, o principal requisito para um zagueiro de área de confiança é que tenha dois nomes. Acho até que, quando se desse a escalação de um time, deveria-se dar nome e sobrenome completos dos zagueiros de área e mais seus números de telefone para reclamações.

A verdade é que a alguns dos melhores zagueiros centrais que já vi jogar faltavam pelo menos dois dos requisitos que citei. O Gamarra não tinha nem dois nomes nem tamanho de zagueiro central. Compensava isso com uma elasticidade e um senso de colocação incomuns. O Figueroa tinha o tamanho e a imposição física sobre qualquer adversário que ousasse invadir a grande área, que ele chamava de “mi casa”, mas não usava o primeiro nome, Elias Ricardo.

Por sua vez, o Julio César, que ficou estigmatizado pelo pênalti que perdeu naquele jogo em que a França nos eliminou na Copa de 86, tinha tudo: não só nome duplo mas nome heráldico, e futebol à altura. Para mim, ele foi um dos melhores brasileiros daquele Mundial. Não fiquei sabendo o que aconteceu com ele depois da derrota na Copa, ou que fim o levou. À Seleção, ele não voltou mais.


Acho que, esquecida a trapalhada do jogo com a Sérvia, estamos bem servidos com Thiago Silva e David Luiz. Já o Dante e o Henrique precisam providenciar outro nome urgentemente para merecerem nossa confiança.

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