12
de junho de 2014 | N° 17826
MARCOS
CASTIEL
MARCOS CASTIEL VAI TER COPA,
MAS...
Sessenta
e quatro anos de espera para voltar a sediar uma Copa do Mundo e chegou a tão
sonhada hora. O palco do retorno do Mundial ao país do futebol está prontinho,
“engalanado” como se diria na década de 50? Infelizmente, a resposta é não;
felizmente, dá para esclarecer uma grande dúvida que houve até poucos dias: vai
ter Copa. Mas...
Mas
São Paulo, a capital econômica do país, não está pintada, enfeitada, com a
população na grande maioria empolgada. Não, definitivamente há timidez nas
ruas, nos prédios, na forma como o povo paulista vai abrir os bra ços para o abre alas do filé mignon do
futebol.
Para
quem não conhece São Paulo, o Itaquerão é periferia. Não é um trajeto belo para se chegar lá. Não saltam belezas aos
olhos do visitante. Pelo contrário, há um cinturão de favelas, que expõe muito
bem a realidade de nosso país. O próprio entorno do estádio, por incrível que
pareça, não está pronto . Uma das
principais avenidas de acesso está em obras e não vai ajudar na infraestrutura
viária. O próprio estádio não foi testado devidadamente.
Um
exemplo simples é a zona de imprensa, que recebe milhares de homens de mídia. A
equipe do Diário Catarinense ficou presa no elevador que levava à coletiva do
Felipão. O funcionário disse que os elevadores apresentavam problemas técnicos
frequentes. O wireless disponível para
a imprensa caiu frequentemente. E o sistema de telefonia 4G funcionava somente
num raio bastante restrito. Imagina quando o mundo estiver tentando falar deste
pedacinho de Brasil para emplacar o planeta?
HAVERÁ
VAIAS A AUTORIDADES, MAS
APOIO
INCONDICIONAL À SELEÇÃO
Taxistas
falam que temem levar passageiros ao Itaquerão. Os motoristas de táxis com medo
de manifestações dizem que só estarão disponíveis se, ao longo do dia, sentirem
a cidade tranquila.
Este
quadro está tão longe do ideal quanto os 64 anos de espera. A preparação do
país não foi a esperada, o comportamento dos organizadores também não, a
realidade está aí, mas...
Mas
os visitantes, os estrangeiros, e a própria Seleção serão muito bem tratados,
garantem os paulistas. Então, aquele pacto não escrito de que o brasileiro será
gentleman, mas não será ufanista parece ser o lema paulista. Se vai se espraiar
pelo resto do país, não parece ser algo certo, mas São Paulo vai tentar ditar
este padrão. O fantasma de 1950, da Copa perdida, quer comprar ingresso. Se vê
que o país ama o futebol mas seu povo não mergulhou nesta Copa de corpo e alma.
Passeata com 50 mil protestando? Confrontos com a polícia? Podem ocorrer, mas
não chegarão perto do estádio. Há muito planejamento para evitar algo assim.
Mas...
Mas
no Itaquerão, no cheio de improvisos Itaquerão, tirando vaias à presidente
(dado como certo em São Paulo), para Felipão, Neymar e cia haverá apoio
incondicional.
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