quinta-feira, 12 de junho de 2014


12 de junho de 2014 | N° 17826
VERISSIMO NA COPA

VERISSIMO NA COPA COMO AJUDAR A SELEÇÃO

Você não pode entrar em campo, hoje, mas pode ajudar a Seleção a derrotar a Croácia de varias maneiras. Para começar, espero que você tenha saído da cama com o pé direito. Se não saiu, volte para a cama e saia    com o pé certo. Se sua escova de dentes não estava alinhada com o Marco Zero de Brasília e/ou o Cruzeiro do Sul volte lá, corrija sua posição e escove os dentes de novo.

Você deveria ter prestado atenção no sabonete que usou no banho, ele poderia ter uma carga negativa que influenciaria todos os acontecimentos do dia, culminando com um gol    contra do David Luiz. Se não fez isso, e não passou a manteiga no pão da esquerda para a direita cantando o hino nacional, anule as más vibrações e redima-se dando três voltas na mesa do café gritando “Mizifum, mizifum, mizifum!”

Eu não sou supersticioso – inclusive porque li que superstição dá azar –, mas vou usar a mesma cueca que usei em todos os jogos    da Copa das Confederações no ano passado e me recusei a lavar, apesar dos protestos da vizinhança. Em cueca que está ganhando não se mexe.

Outra maneira de ajudar a Seleção é contatar telepaticamente o Felipão antes do jogo e instrui-lo a ignorar toda essa discussão sobre quatro-três- três, três-cinco-dois, quatro-quatro-dois e entrar com quatro-quatro-quatro. Isso dá 12, eu sei, mas até o juiz se dar conta que tem jogador demais em campo nós já teríamos marcado três.

Reze. Deus é neutro, certo, ou no mínimo desinteressado, mas tente convencê-lo da import   ância de uma vitória do Brasil neste momento tão difícil da nacionalidade, cite as estatísticas sobre a religiosidade do nosso povo e a Sua popularidade entre nós (e alguns números da nossa economia para comovê-Lo) e apele para o “fair play” divino, lembrando-O que uma vitória da Croácia significaria pouco para o seu povo, alguns vivas na rua, alguns brindes a mais com cerveja e só, enquanto que para nós a derrota significaria o abismo. E, se nada mais der    certo, ofereça algum por fora.

Acima de tudo, mantenha a calma. Se tiver que roer as unhas, roa as suas e não avance nas do vizinho. Lembre-se que, no curso natural das coisas, uma vitória do Brasil é inevitável. E não retruque, perguntando quando é que as coisas tem seguido seu curso natural, ultimamente.


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