24 de novembro de 2013 | N° 17624
PAULO SANT’ANA
Uma
voz tonitruante
O ex-governador Olívio Dutra deu entrevista ao Jornal do
Comércio, quinta-feira passada, com impressionante dose de confiteor.
Olívio atacou os mensaleiros condenados, entre eles José
Dirceu e José Genoino, ambos pertencentes ao PT do próprio Olívio.
Olívio Dutra afirmou: “Até pode ser questionada a
condenação, mas as instituições têm seus funcionamentos. O que não se pode
admitir é o toma lá dá cá nas práticas dos mensalões em todos os partidos, nas
quais figuras do PT participaram”.
Continuou Olívio com sua retumbante entrevista: “Um partido
como o PT não pode ser jogado na vala comum com atitudes como esta. Com todo o
respeito que essas figuras têm, não é o passado que está em jogo, é o presente,
e eles se conduziram mal, envolveram o partido. O sujeito coletivo do PT não
pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a
política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram
julgados e agora estão cumprindo penas por condutas políticas”.
É bombástica essa entrevista de Olívio Dutra. Quantos e quantos
petistas gostariam de ter dito essas coisas e agora estão aplaudindo Olívio
Dutra por essas declarações, que de certo modo afirmam que o todo do PT verbera
as condutas no mensalão e não admite que se enxovalhe todo o PT por esses
crimes cometidos por meia dúzia de petistas.
A entrevista de Olívio Dutra é urgente, inteligente,
providencial no instante em que meia dúzia de representatividades petistas
tentam enodoar e descaracterizar a corajosa condenação do Supremo Tribunal
Federal não só a petistas mas a membros de outros partidos.
Soa estridente a voz de Olívio Dutra no seio do PT,
respeitando a decisão da Justiça e verberando a conduta dos membros de seu
partido no mensalão.
Já o silêncio de muitos e importantes membros do PT
respeitou a decisão do Supremo.
Mas a palavra de Olívio Dutra vai ao encontro do silêncio (e
de encontro) dos outros e com certeza será respeitada pelo todo partidário.
A história de Olívio no PT e em toda a sua carreira política
reveste a sua palavra de autoridade respeitável e incontestável.
O mundo não está perdido.
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