23
de novembro de 2013 | N° 17623
CLAUDIA
TAJES
Vão ler um livro,
gurias
Nas
internas, todo mundo avalia todo mundo. Mesmo quando nem existe atração, ainda
assim é difícil não dar uma conferida no/na outro/outra, nem que seja para
dizer, com alívio: estou fora. Mas um aplicativo para atribuir webnotas a
alguém, sei lá. Para os populares e exibidos, mais um canal de divulgação. Para
fracos e oprimidos, mais uma ferramenta a serviço do bullying.
Deve
ser mau humor da minha parte, mas achei a ideia da criadora do aplicativo, a
tal Alexandra Chong, a maior furada. Quando as gurias crescerem um pouquinho,
vão entender que não é assim que funciona. Relação é caso a caso, não assunto
para se espalhar na rede. Sem falar que o que não é bom para a Antônia pode ser
perfeito para a Sofia. A exceção é o Caio Castro, que me parece excelente para
todas.
O
Lulu é a potencialização da infame caderneta onde alguns, e algumas, anotavam
as particularidades de seus ficantes. Caderneta que até se prestava a ser
dividida com os/as mais chegados/as, mas em pequena escala, no tempo em que
ainda havia certa noção de privacidade.
Para
quem se interessar, recomendo um conto: Caderninho de Nomes, do escritor Rubem
Fonseca. Aliás, sair dos aplicativos e ler é coisa que aumenta as notas tanto
da população masculina quanto da feminina. Fica a dica, como diz nessas horas –
de preferência usando uma hashtag.
Pessoalmente,
adoraria que as demais usuárias do Lulu tascassem notas horríveis para a
aparência, a pegada, o beijo e o pinto do meu namorado. Mais me toca.
Malandragens da vida que a gente só aprende fora da internet.
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