21
de novembro de 2013 | N° 17621
PAULO
SANT’ANA
Presas de vampiros
Idiotamente,
noto que as minhas unhas crescem, assim como crescem meus cabelos.
Ainda
idiotamente, imagino que os dentes cresçam, mesmo os dentes de leite.
Temos
então que as unhas, os cabelos e os dentes crescem.
Falo
isso porque a unha do meu hálux (dedão do pé), ao crescer, por vezes encrava.
E,
como se sabe, as unhas normalmente devem crescer sobre a pele. Quando elas
porventura cresçam e se desviem para aprofundarem-se na carne, encravam.
E,
quando encravam, as unhas doem.
E,
para desencravar-se uma unha, recorre-se a um profissional que é denominado de
podólogo.
Penso
que o crescimento dos cabelos e dentes deva ser acompanhado pelos cabeleireiros
e pelos dentistas.
Dentes
brancos são de cor normal. Nunca vi qualquer dente de outra cor natural, os
chamados dentes de ouro são encapados com a cor dourada.
Já os
cabelos, quando embranquecem e ficam da cor da prata, denotam envelhecimento.
Meus
cabelos brancos, por exemplo, são beijos de serenata que a lua mandou pra mim.
Os
meus cabelos grisalhos, também, por exemplo, são pingos brancos de orvalho num
tinteiro de nanquim.
Ocorre-me
estranhamente que os defuntos não veem seus cabelos, suas unhas e seus dentes
crescerem. Ou seja, tudo para quando sobrevém a morte.
Se,
depois de morrer, em alguém continuam crescendo os cabelos ou as unhas, então é
porque algo fenomenal está acontecendo, chamem depressa um anatomista para ver
o que ocorre.
Houve
apenas um caso de crescimento das unhas de um defunto, parece-me que em
Glasgow, Escócia, em 1818: o cadáver foi examinado diuturnamente e verificou-se
que suas unhas dos pés e das mãos cresciam dois centímetros por dia. Até hoje
ninguém solucionou aquele impressionante mistério.
Outro
mistério aconteceu em Londres, em 1641: um homem idoso, ao morrer, teve seus
cabelos brancos imediatamente transformados para a cor preta, o que deixou seus
sobreviventes perplexos: não era para menos, o homem acabara de remoçar depois
de morto.
E,
quanto a crescimento de dentes, é preciso destacar que, no caso dos vampiros,
alguns de seus dentes crescem desmesuradamente e viram presas, exatamente as
que sugam sangue de suas vítimas.
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