quarta-feira, 20 de novembro de 2013


20 de novembro de 2013 | N° 17620
PAULO SANT’ANA

Poderoso na cadeia

Não estou acreditando: José Dirceu, outrora chefe poderoso da Casa Civil no Planalto, já passou três ou quatro noites em um presídio, não dá para acreditar! Estamos tão acostumados à impunidade dos poderosos, que chego a desconfiar que José Dirceu possa vir a ser inocente.

É que durante séculos nunca vimos um poderoso ir parar na cadeia. Por esse ângulo enviesado, achamos que todos os poderosos são inocentes, acostumamo-nos tanto a vê-los impunes, que quando um vai para a cadeia, como agora, acreditamos que ele possa não ser culpado.

De uma coisa, porém, tenho certeza: o próprio Zé Dirceu acredita piamente em sua inocência. Ele viu durante tanto tempo os poderosos como ele fazerem o que bem queriam da coisa pública e nunca serem punidos, que tem fé hoje de que nada mais fez do que os outros no passado fizeram. E pensa o seguinte: “Como nunca ninguém foi preso tendo feito coisas piores do que eu fiz, sem dúvida eu sou inocente, nunca fiz nada digno de um culpado”.

Com José Genoino é mais ou menos a mesma coisa: os seus defensores apregoam que ele é pobre, não tem dinheiro à larga e até se mobilizam para que ele continue, na prisão, recebendo os subsídios de deputado federal, únicos ganhos que lhe restam.

Ou seja, Genoino não amealhou os ganhos de corrupção, distribuiu-os entre sua agremiação política e companheiros. Isso realmente me causa dó. O que não quer dizer que não seja culpado.

Aliás, fique bem claro que não sou eu que estou dizendo que Dirceu e Genoino são culpados: quem o afirmou, em julgamento em que tiveram ambos direito ao exercício da ampla defesa, foi o Supremo Tribunal Federal, com maioria de votos de seus membros, alguns deles escolhidos como seus membros pelos dois governos do PT.

Eu fora! Mudando de assunto, não acredito que Renato Portaluppi não vá escalar Maxi Rodríguez como titular no próximo jogo gremista do Brasileirão. Seria uma monstruosidade.

Se a sorte ou o próprio talento de Renato redundaram na descoberta milagrosa de Maxi Rodríguez já quase no fim deste Brasileirão, não vai ser agora que vamos desperdiçar esse diamante que achamos na bateia.


Agora temos de ir nos três jogos que ainda faltam – decisivos – com Maxi Rodríguez e Dida. Os outros nove podem ser quaisquer que sejam. Maxi Rodríguez é um imperativo da lógica. Não vai logo agora o Renato dar para trás...

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