sábado, 4 de dezembro de 2010



05 de dezembro de 2010 | N° 16540
PAULO SANT’ANA


Cuidado com as coisas africanasO lustre

Sempre gosto de lembrar, no espaço das amenidades, da história incrível acontecida uns 15 anos atrás num motel da Cavalhada, que veio afinal parar nas páginas dos jornais.

Um homem foi ao motel com uma mulher. Tomou cuidados que eram aconselhados pela mulher, que era casada e suspeitava de que o marido a vigiava.

Era o auge da era das gravações, tudo era gravado e embasava denúncias.

A mulher dispôs-se no quarto com o homem e já começaram a lhe assaltar as desconfianças de que seu marido poderia ter instalado ali no quarto do motel um microfone que a denunciaria daquele caso extraconjugal.

O amante tentava dissuadir a mulher, não havia microfone nenhum instalado naquele quarto. O amante queria amar, a mulher só queria revistar o quarto à procura do tal microfone.

Apressado pela ânsia de possuir a mulher, o homem concedeu procurar o microfone no teto e nas paredes.

Não achou nada. A mulher insistia para que ele continuasse a busca.

O homem pôs-se de quatro pés a procurar o microfone pelo chão, foi até debaixo da cama.

Viu então um equipamento metálico com quatro parafusos. Falou para a mulher e ela gritou que era um microfone, que ele tratasse de destruir o equipamento.

Foi o que o homem fez: desaparafusou os quatro parafusos e viu que um cabo se soltou.

Estavam livres enfim para o amor os dois amantes adulterinos.

Passaram-se uns 15 minutos e telefonaram da portaria do motel. O porteiro queria dizer ao homem que estava no quarto com a mulher o que tinha sucedido:

– Está tudo bem aí no apartamento 205?

– Aqui tudo bem – respondeu o homem.

– Acontece que este motel é um sobrado. No apartamento debaixo do seu, o 105, aconteceu o seguinte: caiu o lustre do teto e desabou sobre um outro casal que lá estava fazendo amor.

O homem ficou com as duas nádegas cravejadas de pedaços de vidro do lustre e tivemos que chamar por socorro médico. O homem gritava de dor: “Que sorte que eu dei que os vidros penetraram as minhas nádegas. Se fosse três minutos antes, eu tinha sido degolado pelo lustre”.

A história de motel exposta acima é, além de verdadeira, deliciosa, como viram.

Mas, na mesma Cavalhada de tantos motéis, aconteceu uma outra historinha singela noutro dia.

Foi num desses motéis em que estranhamente há churrasqueiras dentro dos quartos, cama, piscina e assador se confundem.

O hóspede do hotel entrou com a parceira pela portaria e ele levava um isopor com picanha, linguiça, saladas e outros apetrechos.

Entrou no quarto com a mulher e telefonou em seguida para a portaria.

O porteiro foi gentil: “Às suas ordens! Está faltando toalha, sabonete, desodorante, camisinha?”.

E o hóspede do outro lado da linha: “Nada disso, mande-me depressa, por favor, sal grosso”.

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